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Opinião
06/08/2007 - 11h00
Uma utopia possível
Miguel Angel Garcia Martinez
 

Falar, que pedir a nossos partidos, salvo raríssimas exceções, que pensem um pouco além das eleições é tarefa sabidamente difícil e inglória.

As organizações políticas não pensam estrategicamente. Ubatuba, seja por falta de consistência mesmo, seja porque não tem mais ou nunca teve, uma utopia bem clara à sua frente, uma imagem de futuro capaz de nos atrair, passando ao mesmo tempo a confiança que podemos chegar lá. Assim, a política (que praticam) jamais consegue ser antecipatória daquele futuro que desejamos e precisamos alcançar.

Mas, perseguir um futuro desejado, ser impulsionado por uma utopia, nada tem a ver com ilusionismo político, charlatanismo programático ou exploração da boa fé das pessoas.

A chamada dívida social com nosso município, contraída durante quase quatro séculos, não será paga em quatro anos; a rigor, nem em oito, nem mesmo em dezesseis anos ela será saldada integralmente. Da mesma forma, não conseguiremos implantar a transição para um novo padrão, sustentável, de desenvolvimento em menos de um decênio, a não ser que queiramos anunciar a vinda de um Salvador, organizar um movimento messiânico de caráter apocalíptico que instaure de repente novos céus e nova terra - ou simplesmente, enganar os outros. A primeira coisa que temos que assumir é dizer claramente, desvencilhando-nos das demagogias e mentiras que se costumam reunir em programas partidários, plataformas e discursos eleitorais e não há como produzir milagres, superando todos os nossos desafios estratégicos em curto prazo.

Diz-se que Ubatuba precisa, em curto prazo, de um futuro melhor. É verdade! Mas o crescimento de que precisamos para conseguir implementar, ao mesmo tempo, uma agenda de desenvolvimento que mude radicalmente o perfil do município, não pode mais ser visto apenas como crescimento só do turismo. Se quisermos enfrentar com sucesso novos desafios é necessário crescer também em termos de capital humano, para o qual, necessitaríamos de um verdadeiro choque cultural.

Vivemos numa época em que a prioridade material vai sendo aceleradamente substituída pelo conhecimento. O conhecimento vai se transformando para além das fábricas e da agricultura e turismo, no principal fator de criação de riquezas. Os baixos níveis de capital humano, desperdiçam também os ganhos do conhecimento econômico.

As utopias, quer dizer, as sociedades humanas sem a projeção de um futuro desejável, tendem a ficar repetindo o passado e não constroem um novo presente, ou seja, não modificam a sua realidade atual.

As novas utopias, devem ser possíveis, no sentido de que devem projetar futuros que mantenham um nexo com as condições do mundo presente em termos da sua construção. Estamos falando de uma economia sócio-cultural de mercado.

O movimento em direção a esse futuro desejável, se dá através da criação em Ubatuba de um Complexo Universitário, que criará valores de desenvolvimento inimagináveis, possibilitando sua sustentabilidade.

Mas, imaginemos sim como será o mundo depois de 2020, se chegarmos lá os que vivemos e pertencemos ao século passado, mais estranho ainda, gente do milênio passado.

Apesar de não podermos imaginar como será o mundo, podemos imaginar como gostaríamos que fosse.

O direito de sonhar não figura nos 30 artigos dos direitos humanos que as Nações Unidas proclamaram no final de 1948, mas se não fosse por ele e a água que bebemos, os demais direitos morreriam de sede. Deliremos pois por um momento e afloremos as nossas utopias. O mundo está de pernas para o ar, vai se erguer sobre seus próprios pés.

As pessoas não serão dirigidas como automóveis, não serão programadas pelo computador nem compradas nos shopping centers.

A TV, deixará de ser o membro mais importante da família.

As pessoas trabalharão para viver e não viverão para trabalhar.

Os políticos não acreditarão que os pobres gostam de se alimentar de promessas.

O mundo não estará em guerra contra os pobres, mas sim contra a pobreza.

A terra pertencerá à Pátria e a Pátria não terá alguns proprietários.

Não teremos mais meninos de rua, pois, a justiça deixou de ser cega e enxergará as injustiças.

A educação não será privilégio de quem pode pagar por ela.

A polícia não será maldição de quem não a possa comprar.

Uma mulher negra será presidente dos EEUU.

Uma mulher índia será presidente do Peru.

A igreja também ditará um Décimo Primeiro Mandamento do qual o Senhor se esqueceu “Amarás a natureza, da qual fazes parte”.

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