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Opinião
08/08/2007 - 16h52
O jumento e os impostos
José Nivaldo Cordeiro - Parlata
 

Meu caro leitor, está em discussão no Legislativo a proposta de prorrogar a CPMF e mesmo torná-la permanente. É na questão tributária que se cristalizam as verdadeiras posições políticas dos atores sociais: se alguém é favorável à manutenção ou aumento da carga tributária você estará diante de um patrimonialista da gema, que responde hoje pelo nome de esquerda política, unindo desde pés-rapados manobrados por sindicalistas como vimos agora na greve do metrô de São Paulo até grandes empresários e banqueiros. Essa gente viciou-se em praticar o roubo institucional via sistema tributário e perdeu qualquer senso de moralidade. São o que a Bíblia chama de ímpios. Praticam a lógica de levar vantagem em tudo e a maneira será sempre arrumar uma boquinha estatal, seja uma aposentadoria, uma bolsa qualquer, um contrato de fornecimento, uma consultoria que seja, um emprego sem contrapartida de trabalho. Fora do Estado não há redenção econômica, esse é seu lema.

Esse grupo se divide em dois segmentos. De um lado, aqueles que ainda guardam uma fé genuína no uso do Estado para minorar os efeitos da lei da escassez, praticando a distribuição de renda via sistema tributário, de um lado, e o gasto público, do outro. Os mais radicais querem a revolução socialista, como propõe o PSOL e certas alas do PT. Outros são social-democratas, que acham que podem praticar um roubinho contra quem trabalha e manter a moralidade pública, tudo em nome da tal "justiça social". Os fatos mostram que não dá para ficar no roubinho, que o Estado saiu do controle, que a carga tributária tem crescido exponencialmente e, com ela, a corrupção como nunca vista. Esta última é filha da natureza humana e irmã da hipertrofia estatal. Quanto mais tributo, mais corrupção, quanto mais ingerência estatal, maior a politização da vida cotidiana.

Nesse segundo segmento estão os cínicos que já foram "puros" um dia e hoje não passam de assaltantes do Erário, gente abrigada na profusão das siglas de esquerda e mesmo na suposta direita, como o DEM. Praticam a realpolitik, que se traduz na elevação contínua dos impostos. É só ver a última proposta tributária do nosso prefeito Gilberto Kassab, sintomaticamente chamada de X-Tudo. Lembrou-me a piada que um industrioso amigo meu sempre me conta, e com a qual sempre rio, sobre o tamanho agigantado do órgão sexual do jumento. Grande mesmo - diz-me ele às gargalhadas - é a glande, mas o pagador de impostos agüenta, o resto do membro serve apenas para empurrá-la ao fundo. É disso que riem os políticos e seus asseclas quando se referem à curra tributária que praticam contra os brasileiros. Eles são os portadores do dote sexual asnático e nós todos suas vítimas estupradas. Eles são também portadores da moral dos muares e de seus dotes intelectuais.

Cito a CPMF por ser esse tributo (tecnicamente não chamam de tributo para não repassar parte da sua arrecadação às demais unidades da Federação, ficando tudo com a União) é o mais iníquo e está na ordem do dia. Mas o argumento vale para qualquer um, do municipal IPTU ao estadual ICMS. Toda gente que se locupleta com recursos estatais - e aqui tenho que incluir TODA a classe política, com raríssimas exceções - na hora de aprovar elevação de impostos se une em uníssono, inexistindo qualquer opinião em contrário. Claro que vendem caro seus votos em troca de cargos e verbas, como vimos agora com o PMDB, sob o silêncio cúmplice da imprensa, pois afinal a Viúva é rica. Não há oposição no Brasil no que é substancial, a carga tributária, nosso jogo eleitoral resume-se na escolha do "capo" do dia, que vai praticar o de sempre, esfolar os que trabalham para distribuir dinheiro a toda sorte de vagabundos, parasitas e alpinistas sociais. Uma verdadeira oposição teria que colocar como primeiro item do seu programa político uma radical e imediata redução de impostos, seguida de redução de gastos, acabando inclusive com os tais direitos adquiridos da malta de desocupados ricamente remunerados pelo Tesouro. Vê-se que não temos homens dessa envergadura e portadores desse despojamento. Todos os empresários que conheço, em especial os maiores, supostamente os que deveriam gostar das idéias liberais, TODOS, de alguma forma se locupletam com o status quo.

Outro dia li no Estadão artigo de um eminente economista falando contra os elevados salários do setor público, ele que semanas antes em sala de aula na USP se jactava de suas múltiplas aposentadorias obtidas precocemente no setor público, que lhe permitiam tempo livre para escrever. É o caso aqui aplicado do conceito criado por Olavo de Carvalho de paralaxe cognitiva: o sujeito fala ou escreve como se estivesse fora daquela realidade que descreve. Conheço muita gente assim, de discurso fácil, mas que, na hora das decisões, sempre faz que o que se espera dela, escolhe políticos comprometidos com o roubo institucional dos impostos e, quando chamada para compor a tecnocracia, é a campeã do jeitinho de produzir leis, decretos, portarias, instruções normativas e, claro, as nefandas Medidas Provisórias, sempre roubando os que trabalham. Tudo pelo social.

A situação do Brasil só mudará quando a carga tributária começar a diminuir. Pelo fim da CPMF já!


Nota do Editor: José Nivaldo Cordeiro (www.nivaldocordeiro.net) é executivo, nascido no Ceará. Reside atualmente em São Paulo. Declaradamente liberal, é um respeitado crítico das idéias coletivistas. É um dos mais relevantes articulistas nacionais do momento, escrevendo artigos diários para diversos jornais e sites nacionais. É Diretor da ANL - Associação Nacional de Livrarias.

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