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Opinião
14/08/2007 - 15h04
Jobim e a pirotecnia
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Diferente do seu antecessor, o acuado Waldyr Pires, o novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, usa a pirotecnia. Chegado ao governo no olho do furacão, vale-se disso para impor ritmo próprio ao ministério. Em pouco mais de duas semanas, deu vôos rasantes sobre pistas, percorreu-as de automóvel e anunciou obras. Ainda não andou de submarino nem embrenhou-se na selva, mas já vestiu uniforme camuflado. Mas só que até agora não conseguiu desalojar os “companheiros” colocados pelo governo na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), com mandatos fixos dados como prêmios de consolação por não terem sido nomeados ministros ou promovidos na carreira militar; mas, em contrapartida, pretende neutralizá-los com ações do Conac (Conselho Nacional de Aviação Civil). Sua ação já desperta a onda de ciumeira no âmbito palaciano.

Toda a movimentação do ministro, apesar de sua desenvoltura, ainda está longe de responder ou sinalizar tranqüilidade à mais aguda e preocupante interrogação da aviação comercial brasileira: as verdadeiras causas dos dois grandes acidentes - o da Gol no Mato Grosso e o da TAM em Congonhas – que produziram o terror aéreo, com mais de 350 vítimas e enormes prejuízos. Essas causas, por certo, não estão na necessidade ou não de se construir novos aeroportos e muito menos no número de poltronas por avião ou novos lay-out dos check-ins, questionados pelo ministro. O aumento de lugares ocorre em todo o mundo e só comprometeria a segurança de vôo se elevasse o peso para acima da capacidade da máquina.

Desde o choque do Legancy com o Boeing, no ano passado, a aviação comercial brasileira vive de sobressaltos, com aeroportos lotados, passageiros desassistidos e muitos problemas. Os acidentes formam o componente perverso e irreversível da crise, que carece de solução. Saber exatamente o quê os provocou é o mais urgente pois, sem isso, as causas podem estar ainda operantes e em condições de fazer novas tragédias.

O sr. Jobim deve, sem demora, procurar saber concretamente o que levou os dois aviões - Legancy e Boeing da Gol - a voarem no mesmo nível e rota a ponto chocarem-se. Qual foi a real causa do Airbus da TAM ter percorrido a pista com velocidade superior ao indicado a ponto de não poder parar e projetar-se contra o edifício da própria empresa. A razão da troca de pilotos nos instantes finais do pouso, além de outras coisas. Esse conhecimento deve ser o começo da regularização e todo o resto deve ser encarado como acessório.

A malandra cultura do “jeitinho brasileiro”, conhecida até internacionalmente, mancha a imagem do país. Aquilo que muitos pensam ser vantagem ou “jogo de cintura”, não passa de omissão, desleixo e até corrupção. A sociedade não abre mão de saber, sem rodeios nem subterfúgios, e o governo tem o dever de informar o quê levou aos dois acidentes e punir exemplarmente seus responsáveis, sejam quem forem. Só assim se poderá voltar a voar em paz nos céus brasileiros.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e presidente da APOMI (Associação dos Policiais Militares do Estado de São Paulo).

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