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Crônicas
18/08/2007 - 18h08
Pobre mas, asseado
Ruth Barros
 

O cinema nacional parece ter adotado o lema "pobre, mas asseado" como meio de vida. Os últimos filmes que vi, todos legais, diga-se de passagem, parecem ter-se pautado por algum tipo de preocupação ecológica. Ainda não chegamos no aquecimento global, efeito-estufa, esse tipo de coisa, encanação do Grande Irmão, que é quem mais deve nesse quesito e que colocou o tema na tela com o ex-vice-presidente Al Gore. Nós, mais pobrinhos, estamos parados ainda em questões mais primárias como o saneamento básico.

Tanto que saneamento básico virou filme nas mãos do talentoso Jorge Furtado. E o cheiro do ralo metáfora para as encanações do angustiado Selton Mello, que trata o ralo como mulher de malandro, reclama o tempo inteiro, mas não consegue viver sem ele. Mais ao norte do país, em Pernambuco, o Baixio das Bestas mostra uma cidade de uma região tradicionalmente pobre em água e esgoto, mas fétida em relação à exploração do ser humano pelos que deveriam ser seus iguais.

Apesar do gosto dos temas, ou cheiro, com perdão do trocadilho, parecer meio duvidoso aos menos avisados, acho que é lucro para um cinema nacional que já esteve em mãos de gente como a Xuxa. E não agora, que ela anda com duendes, mágicos, esse tipo de coisa onde vai ver quem quer. Xuxa seduziu um garoto novinho em um filme de Walter Hugo Khouri quando era mais uma das atrizes-modelos em busca de uma chance na Globo ou um namorado famoso. Depois que virou rainha dos baixinhos e resolveu limpar o passado desencadeou uma guerra insana contra o cineasta, que investiu suas economias e morreu sem ver o filme liberado.

Pode parecer que não tem nada a ver, mas pelo menos agora, os cineastas conseguem trabalhar com temas que lhes interessam com atores mais profissionais, aqueles que não vão se arrepender de trabalhos feitos, sabendo perfeitamente onde estão pisando. Alguma dúvida vejam o caso das editoras, que estão correndo de biografias feito o diabo da cruz, depois da encrenca que o Roberto Carlos arrumou com o coitado que ousou falar da vida do rei - e pelo que soube nem disse nada de mal, apenas se ateve aos fatos. Deve ser problema da realeza brasileira, composta de emergentes que mal conseguem honrar a coroa meritória com que o carinho do público ornou suas cabeças desmioladas.


Nota do Editor: Maria Ruth de Moraes e Barros, formada em Jornalismo pela UFMG, começou carreira em Paris, em 1983, como correspondente do Estado de Minas, enquanto estudava Literatura Francesa. De volta ao Brasil trabalhou em São Paulo na Folha, no Estado, TV Globo, TV Bandeirantes e Jornal da Tarde. Foi assessora de imprensa do Teatro Municipal e autora da coluna Diário da Perua, publicada pelo Estado de Minas e pela revista Flash, com o pseudônimo de Anabel Serranegra. É autora do livro "Os florais perversos de Madame de Sade" (Editora Rocco).

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