Centenas de estudos já demonstraram os males que o cigarro provoca na saúde humana. Embora o risco mais conhecido e divulgado esteja relacionado a doenças pulmonares - enfisema, tuberculose e câncer de pulmão - os fumantes também estão mais propensos a desenvolver outras doenças, como as cardiovasculares, os acidentes vasculares e câncer de colo uterino (as mulheres que fumam têm três vezes mais chance de desenvolver a doença), laringe, boca, pâncreas, bexiga, esôfago, estômago e rim. O fumo destrói os pulmões e o aparelho circulatório - uma vez que agride a parede interna dos vasos - e, conseqüentemente, prejudica o organismo como um todo. Já está demonstrado por inúmeros estudos científicos que fumantes habituais possuem atividades reduzidas das células imunológicas natural killer (NK). O sistema imunológico é composto de vários tipos de células, cada uma responsável por situações de defesa específicas, como em uma verdadeira guerra. Os macrófagos atuam como vigias e, ao menor desequilíbrio do organismo, entram em ação. As células T helper são responsáveis por receber as mensagens de alerta dos macrófagos e elaborar as primeiras estratégias de contra-ataque; as T killer são mais especializadas em defesa, como se formassem uma tropa especial; e as células B são responsáveis pela produção de anticorpos, armas poderosas que atuam como mísseis teleguiados. Já as células NK são as responsáveis pelo ataque aos invasores - bactérias patogênicas, fungos, vírus, células cancerígenas - e se constituem em uma verdadeira tropa de choque, que entra em ação quando acionada pelas T Helper. Se essas células estiverem enfraquecidas pela ação do cigarro, o sistema imune pode ser abalado e o organismo ficará vulnerável a todo tipo de ataque. Entretanto, se for possível reforçar o sistema imune dos fumantes, esses milhões de habitantes do planeta terão alguma chance contra as doenças. Para demonstrar a ação benéfica das bactérias do ácido lático Lactobacillus casei Shirota - cepas exclusivas da Yakult presentes no leite fermentado tradicional, no Yakult 40 e na sobremesa láctea Sofyl - pesquisadores conduziram estudo duplo-cego com 99 voluntários com hábitos de fumo, no Japão. As atividades das células NK foram determinadas antes e após a ingestão dos probióticos da Yakult, e foi elaborado um questionário para saber a quantidade de cigarros consumidos antes e durante a realização do teste, para ajustar a influência do fumo sobre a atividade das células NK. Os cientistas constataram que a atividade das células NK foi maior nos fumantes que ingeriram o leite fermentado, significando que os probióticos Lactobacillus casei Shirota foram realmente eficientes no estímulo das células imunológicas. Os cientistas concluíram que a redução da atividade das células NK estava fortemente associada ao tabagismo, sugerindo que a recuperação da atividade dessas células do sistema imune em fumantes habituais pode estar relacionada à diminuição dos riscos de ocorrência de câncer. Além disso, constataram que os baixos níveis de atividades das células NK estão muito relacionados com maus hábitos de saúde, reforçando que a alimentação saudável e a prática constante de atividade física são indispensáveis à manutenção dos níveis adequados das funções imunológicas. Nota do Editor: Yasumi Ozawa Kimura é farmacêutica-bioquímica formada pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), com especialização em Alimentos, e é gerente de P&D da Yakult SA Indústria e Comércio.
|