Versão on-line com download gratuito
A Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Sanofi Pasteur, divisão de vacinas do grupo Sanofi-Aventis, acabam de disponibilizar uma versão on-line do Guia Prático Atualização em Vacinação Ocupacional, criado para falar sobre a importância da vacinação para profissionais viajantes e sobre a Norma Regulamentadora - NR 32 para a imunização de profissionais de saúde. O download gratuito pode ser feito pelos sites: www.anamt.org.br, www.sbim.org.br e www.sanofipasteur.com.br. O Guia é voltado para médicos e enfermeiros do trabalho, demais profissionais da área de saúde ocupacional e trabalhadores em geral. Os capítulos iniciais são dedicados à vacinação de adultos, a importância da vacinação do trabalhador viajante e nova Norma Regulamentadora - NR 32, para a imunização de profissionais de serviços da saúde. Para tornar a leitura mais atraente, há quadros com as principais vacinas para viajantes, mapa com a distribuição das doenças infecciosas emergentes e reemergentes, esquemas de vacinação e vacinas existentes no País. Complementam a publicação anexos com os calendários de vacinação da SBIm (por atividade profissional; adolescentes e adultos; mulheres), o calendário do Programa Nacional de Imunizações (adulto e idoso), fontes de informação, sites de interesse e referências bibliográficas. Profissional viajante De 20 a 70% das pessoas atribuem algum problema de saúde a uma viagem recente. Deste total, até 19% precisam de assistência médica e até 2% de internação. Especialidade consagrada nos Estados Unidos e Europa, a medicina do viajante só agora vem ganhando espaço no Brasil por conta da globalização e da expansão das atividades de empresas nacionais no Exterior. Hoje, mais de dois milhões de brasileiros viajam para o exterior anualmente. "A Petrobrás explora petróleo nos Estados Unidos, países da América Latina e África. A Oderbrecht está presente no mundo inteiro. A Vale do Rio Doce está passando por um processo de internacionalização. Cresce o número de profissionais de marketing e vendas em viagens para a Índia e China", lembra o diretor científico da Anamt, Arlindo Gomes, um dos autores. A cada ano, ocorrem cerca de 50 milhões de viagens internacionais a negócios. A medicina do viajante deve integrar a medicina do trabalho, porque a saúde do trabalhador em viagem representa preocupação para o empregador, que tem de proteger o capital investido neste profissional, evitar o prejuízo com afastamentos por doença e responder legalmente pela empresa. "A empresa é responsável pelo funcionário, tanto no local de trabalho ou em viagens profissionais. Só que, quando viaja, o trabalhador é exposto a riscos adicionais, que precisam ser prevenidos", adverte a vice-presidente da SBIm, Isabella Ballalai, também autora do Guia. A malária, dengue, hepatite A e febre tifóide estão entre as principais doenças que acometem as pessoas em viagens. A diarréia do viajante e as infecções do trato respiratório (como a gripe) também merecem atenção. Muitas dessas doenças são evitadas por vacinas. A imunização além de garantir proteção individual ajuda no controle da disseminação em escala global de doenças infecciosas, sobretudo aquelas com potencial epidêmico. O Guia dedica um espaço especial para as vacinas de rotina (difteria, tétano, poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola, hepatite B), as exigidas por determinação legal (febre amarela e meningite) e as recomendadas em situações especificas, conforme as características do viajante e o local visitado. Incluem-se neste último grupo vacinas contra gripe, hepatite A, febre tifóide, raiva, encefalite japonesa e cólera. No final, fala sobre cinco doenças e vacinas que acometem o profissional viajante: gripe, hepatite A, febre amarela, cólera e diarréia do viajante. NR-32 e a vacinação de profissionais de saúde O Guia dedica um capítulo à Norma Regulamentadora – NR-32, medida inédita que estabelece a obrigatoriedade de vacinação em profissionais dos serviços de saúde, que têm contato com o doente e suas secreções. De acordo com o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o setor hoje emprega cerca de 2,5 milhões de pessoas em 77 mil estabelecimentos como hospitais, clínicas, laboratórios, consultórios médicos. A publicação fala das vacinas obrigatórias para esse segmento: vacina contra a hepatite B; tétano e difteria; gripe e tríplice viral (caxumba, rubéola e sarampo). Há ainda a determinação para grupos específicos, como contra coqueluche (para profissionais de neonatologia, pediatria e de pacientes com doenças crônicas respiratórias), hepatite A (nutrição, pediatria e trabalhadores incluídos no grupo de risco individual), varicela (unidade destinada a pacientes imunodeprimidos) e pneumocócia 23 valente (profissionais maiores de 60 anos ou incluído no grupo de risco). "Além de médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, a norma abrange transportadores de doentes, copeiros que servem refeições a internados, pessoas responsáveis pelos serviços de faxina, lavanderia, remoção de resíduos sólidos e líquidos", explica Arlindo Gomes. O médico atesta que o setor de saúde se equipara ao da construção civil em matéria de acidentes no trabalho. "Os mais comuns são provocados por instrumentos perfuro-cortantes, como agulhas, bisturis, pinças e tesouras, que são fontes de contaminação de doenças", constata. Desde abril, os estabelecimentos de serviços de saúde estão sujeitos a multas de até R$ 6,7 mil, caso não cumpram a NR-32. Aprovada no final de 2005, a norma entrou em vigor em abril de 2006, quando foi concedido prazo de adaptação às novas regras de 11 meses. Na opinião do médico especialista em Medicina do Trabalho da ANAMT/AMB, Paulo Azevedo, o desafio atual é difundir a norma e conscientizar médicos do trabalho, gestores e profissionais de Recursos Humanos sobre a importância das medidas preventivas preconizadas na legislação. "A dificuldade maior será a aplicação das medidas no serviço públicos de saúde, nos quais existem sérias restrições orçamentárias", prevê o médico.
|