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Crônicas
01/09/2007 - 17h13
Estudar e falsificar, é só começar...
Renan Oliveira
 

Um assunto que me chamou a atenção durante as férias de julho foi uma matéria que li no Globo Online, que tinha a intenção de mostrar como é fácil falsificar carteirinhas de estudante, para conseguir a meia-entrada em eventos culturais. Como gente grande, sei que essa prática é crime. Apesar disso, nunca vi ninguém preso por falsificar carteiras de estudante. Eu sou um que tenho direito, pois até o final deste ano estarei cursando faculdade. Mas confesso que por pura preguiça, nunca tiro a carteira. Todo fim de semestre prometo que vou tirar e... Pronto. Mas há alguns lugares que aceitam o boleto de pagamento da faculdade. Já consegui alguns descontos assim.

Isso tudo começou de fato em 2001, quando a Medida Provisória 2208 beneficiou estudantes e, principalmente, falsos estudantes. Produtores culturais lutam para que essa MP acabe. E parece que ao menos o Ministério da Educação está se mobilizando para tentar resolver o problema. A Casa da Moeda será preparada ainda este ano para emitir as carteirinhas. Desta forma, a emissão seria centralizada e regulada por apenas um órgão federal. Por enquanto, jovens de até 15 anos pagariam a meia-entrada sem problemas. O que está sendo questionado é o que fazer depois dessa idade. Algumas pessoas defendem que haja a necessidade de que se comprove a condição de estudante, entre 15 e 29 anos. Depois dos 29, a pessoa só teria direito a gratuidade depois os 65 anos, com o estatuto do idoso. Nada mal.

Tem gente que diz que só utiliza essa carteirinha por não concordar com o preço dos ingressos, que são muito abusivos. Um show internacional aqui no Brasil custa no mínimo 100 reais. Segundo algumas pessoas, é cobrado valor de primeiro mundo a pessoas com salário de terceiro. Em contrapartida, os produtores afirmam que, se não houvesse tantas pessoas usufruindo desse "benefício", o preço dos ingressos seria muito mais barato. Isso em tese, pois se um evento tem um custo X, o valor dos ingressos já é calculado com o lucro. Ou seja, se tantos pagam meia, outros tantos têm que arcar com os outros 50% não pagos pelos estudantes com carteirinha. Acho que se isso não acontecesse, o preço não iria diminuir, permanecendo no mesmo valor.

Falsificar carteirinhas hoje em dia é mais fácil que andar pra frente. Conheço pessoas que têm (calma, não precisa suar frio, que não vou entregar ninguém aqui) e fazem apenas para uso próprio. Por enquanto, não que eu saiba, não existe venda de carteirinhas falsificadas. É algo realmente bem simples de se fazer. Mas o fato principal nisso tudo é o sadismo. Quem faz isso não tem, ao meu ver, o direito de reclamar de políticos safados, corruptos e que roubam. Se quisermos um país melhor, o exemplo tem que ser dado pela gente. Não adianta reclamar dos mensalões, do Calheiros, se tem gente que sai e compra coisa falsificada no camelô, dá propina ao guarda pra não levar multa, espanca doméstica na rua e acha que não vai ficar preso por ter dinheiro. Se quisermos uma sociedade e um país melhores, jogue fora sua carteirinha. Se achar caro o ingresso, não vá ao show. Ou então trabalhe mais para arrumar um emprego melhor.


Nota do Editor: Renan Oliveira é jornalista.

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