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Opinião
03/09/2007 - 09h13
O repto dos covardes
José Nivaldo Cordeiro - Parlata
 

Quem viu o repto do ministro Nelson Jobim lançado de forma insolente aos integrantes da Forças Armadas deve ter, como eu, ficado pasmo. Haveria o comandante do Exército de responder? Sim, e o fez de forma elegante e discreta em nota produzida em conjunto com o Alto Comando da Força. Mas não da forma como a comunalha esperava, afobada e mesmo desrespeitosa, pois isso daria a ela o que mais quer no momento: um bode expiatório para gerar manchetes de jornais, escondendo assim o também surpreendente e histórico julgamento do STF, que aceitou como réus os quarenta acusados. Só faltou o Ali Babá, mas esse nem o nosso valente procurador-geral teve forças para enquadrar.

Foi um repto dos covardes, daqueles que mataram pelas costas, que seqüestraram, que desertaram, que roubaram, que desonraram a Nação, que tomaram armas contra o povo brasileiro. Esses covardes há anos vêm destruindo os valores superiores da nossa sociedade, que encontram nas Forças Armadas um lugar de destaque para as sua prática. Honra, disciplina, moralidade, respeito à hierarquia, trabalho duro e sacrificado, prontidão, amor à Pátria, louvor aos nossos grandes nomes do passado, qualidades ausentes na casta ora governante. Coube ao Jobim o papel mais ridículo, o de porta-voz e de garoto de recados da comunalha contra os Guardas da Pátria.

Alguém poderia argüir que a reação foi fraca. Não foi. Era a possível e a conveniente no momento.

É claro que um tolo como Nelson Jobim não teria ousado levantar a voz como o fez se não tivesse a certeza de que nossos soldados não reagiriam à bravata com a força mortal de que dispõem. Isso porque durante as últimas décadas a propaganda venenosa e as instituições políticas foram moldadas para separar a Nação de suas Forças Armadas, de sorte que elas hoje estão isoladas, como que emparedadas e desamparadas de seu esteio e de sua razão de ser, o povo brasileiro. Conheço alguns oficiais militares e mais das vezes os vejo a esconder a sua condição de militar, como se a honra tivesse se tornado o seu contrário, um opróbrio. Vivemos um momento especialmente crítico para aqueles que decidiram abraçar a carreira das Armas: sem apoio político, sem a simpatia da sociedade, sem verbas para atualização tecnológica, sob vilipêndio contínuo dos chefes civis, sob a falsa e enganadora acusação de que no passado praticaram o malfeito. Não! Foi feito o que deveria ser feito em nome e em defesa do povo brasileiro.

Chegamos a um momento revoltante da nossa história: não cabe, pelo menos nesse momento, aos militares o resgate, papel que sempre lhe coube, da sociedade civil. Ao contrário, cabe agora à sociedade civil resgatar a estima e o reconhecimento dos nossos Guardas. São eles hoje que precisam das mãos estendidas para que possam atravessar esse duro momento de provação.

Entendo que o repto dos covardes terá uma segunda resposta no tempo devido, no tempo em que a Nação civil de novo se confraternizar com os Guardas da Pátria. Quis o destino que esse ato de humilhação acontecesse entre a comemoração do Dia do Soldado e a do Dia da Independência. Nelson Jobim deveria atentar para os versos das marchas militares alusivas às datas. "Já podeis da Pátria, filhos, ver contente a mãe gentil..." e "Nós somos da Pátria, guardas, fiéis soldados, por ela amados". Antes, como agora, esses versos falam à alma mais profunda do povo brasileiro.


Nota do Editor: José Nivaldo Cordeiro (www.nivaldocordeiro.net) é executivo, nascido no Ceará. Reside atualmente em São Paulo. Declaradamente liberal, é um respeitado crítico das idéias coletivistas. É um dos mais relevantes articulistas nacionais do momento, escrevendo artigos diários para diversos jornais e sites nacionais. É Diretor da ANL - Associação Nacional de Livrarias.

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