Talvez eu viva no presente o melhor período de minha vida. Entro nos sessenta anos como sempre: morando em uma casa alugada, com aluguel atrasado, mas sem nenhum medo de ser despejado, uma vez que o senhorio pelo menos diz que me entende. Dentro desta casa, tenho os móveis e utensílios necessários: dois computadores, um só meu! Dos filhos que eu tenho, do atual e dos demais casamentos, só duas meninas são menores e dependem de mim. Os demais, todos criados, vivem as suas vidas com meus netos, de modo a não dependerem mim, e nem eu deles. Só gira amor, só gira felicidade. Saudades de minha mãe eu tenho, mas tão natural é morrer como nascer. Portanto... Quando você tem uma infância cheia de perdas, quando sonha em ser, por exemplo, um advogado e consegue ser apenas um réu da vida, quando trabalha sem férias, quando se é voluntário pelo bem das comunidades, e as comunidades não se esforçam por melhorar, então, quando você consegue pelo menos sorrir para a terceira idade, o valor da felicidade vem dobrado! Pois assim é! Se eu soubesse, na infância, na juventude e na fase adulta, o que hoje eu sou e como vivo, teria, naquele tempo, saudades de hoje! Nota do Editor: Seu Pedro (seupedro@micks.com.br) é o jornalista Pedro Diedrichs, DRT-398/BA, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi Bahia... É jornalista investigativo, escritor, poeta, e adepto do humor. Também conhecido como "Jornalista do Sertão".
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