A discussão sobre a inocência de Renan Calheiros (PMDB-AL) é despropositada e deletéria: o senador foi absolvido somente em um dos três processos abertos contra ele na Comissão de Ética do Senado. Há outros dois, sem falar nas denúncias junto à Procuradoria Geral da República e o Supremo Tribunal Federal. Nas próximas batalhas Renan terá mais adversários por causa do blecaute autoritário que isolou durante 24 horas o Senado da República do resto do país. O terrorismo imposto pela Mesa do Senado é inédito, até a ata da sessão foi proibida. Significa que a quarta-feira, 12 de setembro, foi um dia que não existiu. Nem na ditadura militar adotaram-se medidas tão arbitrárias. A reação da sociedade foi incrível, tantos foram os e-mails e telefonemas de cidadãos indignados que a direção do Senado foi obrigada a inventar uma pane nos dois sistemas para justificar o silêncio. Foi uma reação espontânea que só tende a aumentar. Na tentativa de barrar a mídia, Renan e seus protetores agora terão que enfrentar o país inteiro.
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