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Opinião
19/09/2007 - 10h01
Insano Senil Senado
Mario Guerreiro - Parlata
 

Na tarde de 12 de setembro de 2007, faleceu em Brasília o Sr. Insano Senil Senado da Silva, de arraigado e cruento câncer moral, após a absolvição de insidioso meliante pela maioria de 40 votantes em voto secreto como sempre convém à velhacaria. Todos de rabo preso ou aguardando régias recompensas “du Puder” central (Tertium non datur).

Sua Excelência o inocentado - não necessariamente o inocente - tem o doloroso encargo de convidar a todos para o velório que terá lugar na Praça dos Três Poderes, a saber: (1) o poder de infringir a lei sem nada sofrer, (2) o poder de nos chamar de imbecis e (3) o poder de nos obrigar a pagar a conta. Em seguida, o cortejo fúnebre rumará para o Palácio da Alvorada em marcha troppo lenta e tristíssima, onde faustoso mausoléu estará aguardando o defunto que, em fase de putrefação, já começa a exalar nauseabundo odor.

Apesar das copiosas lágrimas de um bando de carpideiras bem aquinhoadas, pensamos que o Sr. Senil Senado já morreu tarde. Só servia mesmo para sustentar um bando de ociosos mamadores das fartas tetas siliconadas da Viúva. No entanto, seu trágico desaparecimento ao menos nos poupa de pedir seu definitivo fechamento em nome da pátria, da honra e da dignidade nacional, se é que tais coisas ainda existem, meu caro Tiradentes!

O dia em que esta Casa da Mãe Joana chamada Brasil entender minimamente o que é uma democracia ao menos duas coisas definitivamente acabarão: (1) o voto obrigatório dos eleitores e (2) o voto secreto dos representantes do povo. Quem deve ter o direito ao voto secreto somos nós, eleitores. E isto para que todo cidadão expresse sua vontade nas urnas anonimamente, sem sofrer nenhuma forma de coação, cuja mais extrema talvez seja a dos currais eleitorais. Quem não deve ter jamais, em tempo nenhum, direito ao voto secreto são nossos representantes políticos. Quem se reúne secretamente é quadrilha tramando assaltos, seqüestros, usw. Homens públicos não devem gozar da prerrogativa do anonimato. E isto porque nós temos o direito de saber em que(m) eles votaram. E a eles cabe o dever de tornar público seu voto.

O voto secreto de parlamentares só serve mesmo para diluir responsabilidades; é um grande baile de máscaras em que ninguém fica sabendo quem está dançando com quem. E o quase inevitável resultado é que, finda a contradança, alguém acaba sempre com um belo par de chifres ba cabeça!


Apêndice I: truculento e autoritário Senado

Impedidos por seguranças de assistir à sessão plenária do Senado, um grupo de parlamentares - entre os quais Fernando Gabeira (PV-RJ) - entrou com uma liminar no STF para garantir seu direito de comparecer à “Casa do Povo” - direito, aliás, do qual goza todo cidadão brasileiro! Obtida a referida liminar, o grupo voltou novamente ao Senado, mas foi barrado à porta, mesmo apresentando uma liminar do Supremo! Um inadmissível desacato à autoridade máxima do Poder Judiciário e um violento atentando à democracia.

Que fazer com um Senado desses que não só não pune quem deveria punir como também não acata uma decisão que tinha o dever de acatar?! Que fazer? Resta apenas aquela alternativa sugerida pelo grande poeta Manuel Bandeira: tocar um tango argentino!

Impossível situação mais trágica! O sujeito é chifrado e abandonado pela mulher. Fica morando só com o cachorro do casal. Mas o cão, sentindo falta de sua dona, fica tão triste e desolado que já nem come mais. Assim, após ter sido abandonado pela mulher, o sujeito, misero ratón, é abandonado até pelo cão que lhe fazia companhia... Entra Carlitos Gardel...

...Y aquél perrito compañero,
Que por tu ausencia no comía,
Al verme solo el otro día,
También me dejó.

(La Cumparsita)


Apêndice II: debate de alto nível no Senado

“Na sessão de ontem que absolveu Renan Calheiros (PMDB-AL), Heloísa Helena, aos gritos, interrompeu o senador, chamando-o de mentiroso por havê-la acusado de sonegar impostos.

- Quando a senhora se dirigir a mim, lave a boca com água gelada – reagiu Renan.

- E o senhor, quando se dirigir a mim, passe água sanitária - replicou a presidente do PSOL.” (Jornal do Commercio, 13/9/2007).

Comentário: Ambos estão certos.


Apêndice III: mudando de idéia

Passada a grande indignação pela absolvição de Calheiros, e pensando com a cabeça fria, não quero mais o fechamento do Senado. Em primeiro lugar, porque o réu foi inocentado com uma pequena margem de votos, a saber 40 a favor, 35 contra e 6 abstenções. Isto mostra que ainda há um número expressivo de senadores com vergonha na cara. Em segundo lugar, porque o fechamento do Senado é uma das propostas de Berzoini, o Cruel, e do PT (Perda Total). E isto é o que basta para eu ser contra.

Mas por que o PT quer tal coisa? Por dois motivos: (1) Ele é minoria no Senado, tem apenas 6 senadores (entre eles, Tião Medonho, o vice-impresidente da casa), (2) Ele é um partido que sempre almejou ser partido único num sistema totalitário e o fechamento do Senado é o primeiro passo para alcançar tal meta.

Além disso, tal proposta contará com forte apoio da opinião púbica, seja por indignação com a classe parlamentar, seja por querer dar a Ludovicus Ignatius I e único, o Pai dos Miseráveis, a cora e o cetro de tiranete perpétuo da Bruzundanga. Raios o partam, ó pá!


Nota do Editor: Mario Guerreiro (xerxes39@gmail.com) é Doutor em Filosofia pela UFRJ. Professor Adjunto IV do Depto. de Filosofia da UFRJ. Ex-Pesquisador do CNPq. Ex-Membro do ILTC [Instituto de Lógica, Filosofia e Teoria da Ciência], da SBEC. Membro Fundador da Sociedade Brasileira de Análise Filosófica. Membro Fundador da Sociedade de Economia Personalista. Membro do Instituto Liberal do Rio de Janeiro e da Sociedade de Estudos Filosóficos e Interdisciplinares da UniverCidade. Autor de obras como Problemas de Filosofia da Linguagem (EDUFF, Niterói, 1985); O Dizível e O Indizível (Papirus, Campinas, 1989); Ética Mínima Para Homens Práticos (Instituto Liberal, Rio de Janeiro, 1995). O Problema da Ficção na Filosofia Analítica (Editora UEL, Londrina, 1999). Ceticismo ou Senso Comum? (EDIPUCRS, Porto Alegre, 1999). Deus Existe? Uma Investigação Filosófica. (Editora UEL, Londrina, 2000). Liberdade ou Igualdade (Porto Alegre, EDIOUCRS, 2002).

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