Na corrida pelo privilégio de administrar a arrecadação ubatubense, os candidatos recorrem às pesquisas de mercado, dentre outros expedientes. Também é comum serem distribuídas cestas-básicas e organizados churrascos de costela. Para que servem as tais pesquisas? No mundo exterior elas têm por objetivo a obtenção de informações. De posse dos dados colhidos junto ao povo, os candidatos podem estabelecer estratégias para melhorar o desempenho e buscar a vitória. Isso acontece no mundo exterior. Em Ubatuba, onde tudo é diferente, as pesquisas servem para serem mostradas aos correligionários. Frente à evidência do apoio popular todos dizem: já ganhou, já ganhou enquanto alguns ficam felizes se antevendo secretários. Todas as pesquisas apontam o mandante como o dono das batatas, é por isso que quando se encontra um candidato vem o inevitável convite para uma visita ao gabinete, em janeiro de 2005. De vez em quando alguém resolve tirar as coisas a limpo e encomenda uma pesquisa de verdade, séria, feita por gente do ramo. O resultado, nesse caso, vai refletir fielmente o que está no ar. A tendência do eleitorado. Ao se ver em posição desfavorável, o "cliente" investe contra o pesquisador acusando-o de parcial. Se tivesse um pouquinho, apenas um pouquinho mais de massa cinzenta, deveria tirar lições do fato e estabelecer estratégias para reverter o quadro, tentar transformar a derrota em vitória. O pesquisador teria sido parcial se o tivesse colocado em primeiro lugar, estando ele na verdade em terceiro. Como em Ubatuba tudo é próprio, particular, as campanhas estão limitadas à arte da poluição visual. Parece que ganha quem emporcalhar mais a cidade. Os candidatos só estão pichando muros. É pouco para quem quer administrar uma verba nada desprezível. Mesmo porque a maioria dos que decidem as eleições não lê. O tempo para mudar as tendências já cristalizadas está se esgotando, se ninguém agir o que está no ar será configurado em outubro. Eu sei quem vai ganhar a eleição, mas isso, nem às paredes confesso.
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
|