Alguns sintomas podem ser sinal de eczema atópico, doença que atinge 15% das crianças
Bolinhas, vermelhidão, ressecamento da pele, coceira nas bochechas, nos braços e nas pernas, além de secreções nos machucados. Bebês com estes sintomas podem ter uma simples alergia, mas muitas vezes é mais do que isso: um grupo composto por 15% das crianças brasileiras sofre de um problema de pele conhecido como dermatite atópica ou eczema atópico. O eczema atópico ou dermatite atópica é uma doença de pele resultante de uma herança multifatorial, ou seja, herdada dos pais e influenciada por fatores ambientais. Ela é causada por um distúrbio do sistema imunológico (sistema de defesa do corpo), sem causa aparente e pode ser desenvolvida dependendo do ambiente em que a criança vive. Segundo a Drª Cintia La Scala, bebês predispostos, que vivem em ambientes abafados, por exemplo, transpiram muito e acabam se coçando mais, e podem, assim, iniciar uma crise. "Fumaça de cigarro, clima seco e banhos prolongados com água muito quente também podem desencadear a dermatite", afirma a médica. Apesar de não ter cura, a doença pode ser controlada. O tratamento é simples e deve ser feito de várias maneiras. "Como a pele fica muito ressecada, é importante que os banhos sejam rápidos, mornos, sem buchas e com sabonete com pH neutro. Na hora de secar, evitar esfregar e nunca dispensar o uso de hidratantes, diariamente" explica Drª Cintia. Ela ainda complementa que para a coceira (prurido), pode ser utilizado medicação por via oral, os chamados antihistamínicos. "Eles não viciam, não têm cortisona e seu efeito colateral principal é a sonolência", diz a médica. Já a infecção deve ser combatida com os antibióticos tópicos ou orais. O sistema de defesa, área bastante abalada pela dermatite atópica, pode ser controlado com dois tipos de medicação: os corticosteróides (antinflamatório hormonal) que, quando bem indicados e efetivamente aplicados podem proporcionar controle das lesões, e os imunomoduladores tópicos (tracolimo), uma nova classe de medicamentos, não hormonais, muito eficazes e mais seguro que os corticosteróides. Muitas mães sofrem em ver seu bebê com a pele ressecada, cheia de machucados e de secreções. Algumas ficam constrangidas por achar que a impressão de que não cuidam bem dos filhos pode prevalecer. Mas com informação suficiente e seguindo os tratamentos corretos, a criança pode levar uma vida normal e tranqüila, livre das inflamações e das incômodas coceiras, principalmente se o tratamento iniciar precocemente. Nota do Editor: Drª Cíntia Kurokawa La Scala é médica formada pela Universidade Federal de São Paulo, Mestre em Ciências, especialista em Alergologista Pediátrica e gerente médica da Roche responsável pelo Protopic® (tacrolimo).
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