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Opinião
02/10/2007 - 05h33
Coragem ou desfaçatez?
Percival Puggina - MSM
 

Coragem é uma coisa, desfaçatez outra. Desfaçatez não é virtude. É o vício do cinismo ou do descaramento. Os últimos anos têm facultado ao observador demonstrações eloqüentes de desfaçatez. Homens públicos que durante duas décadas apontaram o dedo acusador a seus adversários perante a mais tênue suspeita costuram, agora, os mais esfarrapados argumentos em defesa dos rolos em que se meteram o governo Lula e seu partido.

Nada contra a ética, bem ao contrário. E nada contra a investigação de qualquer suspeita. Mas o giro de 180º na conduta bem poderia vir acompanhado de um giro de 180º no dedo indicador. Para isso, se requereria coragem. Para fazer o que vem sendo feito serve a desfaçatez.

Nestes dias estão ocorrendo novas demonstrações desse fenômeno moral. Durante o governo Olívio Dutra, a Secretaria da Fazenda do Estado identificou a possibilidade de ressarcimento federal a investimentos que o Estado fizera, ao longo de vários anos, em rodovias da União. No apagar das luzes da gestão petista, o Ministério da Fazenda liberou para o Estado cerca de 20% dessa dívida (pouco mais de 200 milhões de reais). O montante pago pelo tucanato foi a conta certa para que o governo petista do Rio Grande conseguisse honrar a folha de pagamento do 13º salário dos servidores em dezembro de 2002. Ufa!

Dias após, em janeiro de 2003, por uma dessas ironias do destino, a mesma pessoa que identificara a dívida, pleiteara e obtivera o ressarcimento parcial, muda-se de Porto Alegre para Brasília, ocupa o outro lado do balcão e assume o comando do cofre federal. Ninguém neste mundo, em sã consciência, poderia imaginar que governo Rigotto não receberia o saldo dos créditos estaduais. Mas eu falei em sã consciência. E não se pode esperar isso "assim no mais" daqueles que consentem em queimar as próprias virtudes na pira do poder.

Passaram-se quatro anos de cobranças e recusas! Mudou o governo estadual. Assume a governadora Yeda Crusius. Reapresenta a fatura ao mesmo companheiro do presidente Lula. E novamente esbarra contra o obstáculo da irremovível desfaçatez. Basta? Não, ainda tem mais. Nos últimos dias, a governadora decidiu retirar das previsões orçamentárias de 2008 esses ovos que a galinha federal, por cinco exercícios consecutivos, se recusa a pôr. Que fazem os petistas gaúchos, gente tão da terra quanto o homem que pediu, recebeu, e agora diz que não paga? Passam a atacar o governo estadual pelo desalento em receber o que a União deve ao Estado. É preciso coragem? Não, o nome disso é desfaçatez.


Nota do Editor: Percival Puggina (www.puggina.org) é arquiteto, político, escritor e presidente da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública.

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