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Opinião
06/10/2007 - 16h04
A pedagogia da surra
Demétrio Sena - Pauta Social
 
O tempo passa e continua a cultura da surra como meio de educar

É algo assustador e inadmissível para quem desenvolveu a prática do indignar-se, a pedagogia do bater para ensinar. Mais ainda, por estarmos em pleno século 21, quando o acesso à informação, em todos os sentidos, é algo indiscutível. Isto vale também para o educador instituído pelo poder, que ainda acha que a opressão é a melhor arma da qual dispõe na escola. De certa forma, também é bater, usando artifícios que possibilitam a configuração legal do termo.

Mas voltemos ao bater fisicamente, que ainda assola o conceito de educação no lar, deixando as outras formas de opressão (especialmente as psicológicas) para os domínios escola. Bater não educa. Domestica ou acende a ferocidade. Pessoas simplórias, repletas de "sim, senhor", e aquelas que vingam na sociedade os maus tratos que sofreram na infância, definitivamente não produzem para um mundo melhor.

Opressão, obediência cega, subjugados e senhores não são elementos de uma sociedade feliz e cidadã. Como dizem pretender formar os responsáveis que arrotam a máxima de uma "criação rígida", como a tiveram de seus pais. Ao pé da letra, educação é imitação. Isto quer dizer que o exemplo é o único dispositivo educador, pois será vendo as ações, os modos de vida, as atitudes relevantes de quem cria ou educa nos bancos da escola que a criança será um cidadão.

Dispensa-se o predicado "de bem", pois só há mesmo cidadão de bem... Quem não o for, não será cidadão. Por causa dessa pedagogia da surra é que o mundo está cheio de pessoas desajustadas, quer sejam mansas ou ferozes. De qualquer modo, pessoas que fazem do mundo este geóide infeliz e desigual. Gente que aprendeu a ferir e matar ou a ser ferida e morrer... Pior ainda, a viver sem vida, exatamente. Foram muitas as gerações criadas neste contexto equivocado. Ainda estamos sob a influência de nossos pais, avós e antigos professores, que sofreram na pele essa a distorção, repassando para geração presente.

Mas estamos na era da informática, da informação democrática, da educação mais ampla, e temos que ter mais visão e discernimento que os nossos antecessores. Sejamos pais e professores que tenham, além da palavra, do discurso e da admoestação, exemplos dignos de ser seguidos... Vidas que possam gerar reflexos positivos e salutares, para que a sociedade vá se burilando, até que alcance um padrão de vida plenamente sustentável. Isto só será possível se houver um começo. E esse começo há de ser possível quando toda uma geração, ao invés de atirar a primeira pedra sobre a outra, lançar a primeira semente... Que alcançará o solo e o coração de todos. Aí sim, a educação chegará em seu apogeu, ganhando o sentido que há muito procura.


Nota do Editor: Demétrio Sena é educador, escritor, redator dos jornais O REDATOR e MAGÉ NEWS, de Magé. Membro da Academia Mageense de Letras.

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