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Crônicas
09/10/2007 - 15h10
Zumbis e zumbidos
Antonio Brás Constante
 

Como resultado das tantas monstruosidades que vêm acontecendo em nosso mundo, os apavorantes, horripilantes e horrorizantes monstros de terror já não conseguem assustar mais ninguém. Conseqüentemente também perderam o emprego, visto que qualquer indivíduo se assusta mais vendo o jornal nacional do que um filme clássico deste gênero.

Tentando evitar que os mortos-vivos também virem mortos de fome, o jeito foi pensar em meios alternativos de sobrevivência para que eles consigam partir em busca de seu lugar ao sol, sem necessariamente terem contato com o sol, pois muitos acabariam virando cinzas.

Diante desta nova realidade a múmia, poderia entrar para o ramo da indústria farmacêutica, algo fácil para ela, por ser bastante vivida e, principalmente, bastante morrida. Possuiria vastos conhecimentos em ataduras, pó, ácaros, insolação (pois viviam no deserto), mosquitos Aides Egipse (provavelmente um mosquito egípcio) etc. Teriam todas as chances de se dar bem nessa atividade, ou de acabarem enroladas na nova profissão.

O lobisomem abriria um canil 24 horas, denominado: “Bala de Prata”. Durante o dia ele atenderia os clientes caninos, e nas noites de lua cheia, compartilharia dos serviços prestados em seu canil.

Os monstros japoneses (que não são clássicos, mas também são terríveis), iniciariam uma franquia para confecção de brinquedos, desenhos e games. Trocando sua alcunha de “monstros destruidores”, por “monstros investidores multimilionários do marketing agressivo e moderno”. Outra porção deles investiria no ramo da construção civil, abrindo sua própria empresa de demolição.

Os zumbis poderiam iniciar sua própria banda de rock. Com seus grunhidos roucos que mais parecem zumbidos loucos, roupas rasgadas e aparência deprimente, estourariam rapidamente nas paradas de sucesso. Com milhares de fãs querendo arrancar algum pedaço de suas carnes pútridas, que passariam a ser consideradas como “podres de chique”.

Já os esqueletos entrariam para o mundo da moda. O corpinho deles seria perfeitamente adequado para os desfiles “fashions” que ocorrem por aí. E somente teriam problemas caso alguma aspirante a Meryl Streep tão poderosa quanto ela no filme: “O demônio veste Prada”, achasse que eles eram muito gordos para as passarelas.

Finalmente chegamos aos vampiros, que iniciariam uma rede de laboratórios especializados em coletas de sangue. Nada muito grande, pois trabalhariam apenas para consumo próprio. Trocariam seus serviços por comida, algo bem justo, já que eles têm fama de ficarem morcegando no serviço. Mas, dado ao seu perfil, o emprego ideal para os vampiros seria no mundo da política. Bastaria trocarem seu nome de vampiros para sanguessugas. E ninguém poderia dizer que eles não se sentiriam atraídos pela veia política de sugar recursos públicos. Com certeza eles atuariam em perfeita harmonia com os demais funcionários fantasmas que rondam as repartições públicas deste País.


Nota do Editor: Antonio Brás Constante (abrasc@terra.com.br) é escritor.

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