O termo “anemia” simplesmente quer dizer, segundo o dicionário Aurélio, baixa do teor de hemácias ou de hemoglobinas. Uma definição até simples para um termo que causa tantas dúvidas. Principalmente quando a palavra câncer entra no discurso. Anemia pode virar leucemia? No geral, não. Porém, poucos casos podem se desenvolver a partir do que os médicos conhecem como “síndromes mielodisplásicas”.

No Brasil, as anemias carenciais são muito comuns na população. Isso está ligado à falta de alguns nutrientes na “fabricação” do sangue. Na infância, há uma demanda maior por ferro para a constituição do organismo, pois essa é a faixa etária em que o corpo “está em construção" e, geralmente, a alimentação da criança é pobre em ferro. No caso dos adultos pode se perder muito ferro no decorrer da vida e não haver reposição. Porém, anemia não é em si uma doença. É um sinal de que algo está errado no corpo e deve ser investigado. Na maioria das vezes, é fácil de corrigir com um acompanhamento médico e uma terapia adequada.

Já as tais síndromes mielodisplásicas (como é o caso das anemias refratárias e sideroblásticas) são um pouco mais complexas, assim como seus nomes. Sua origem está ligada as alterações nas células-tronco da medula óssea, que sofrem algumas mutações genéticas e por isso passam a funcionar desorganizadamente. Esses tipos de anemias são raros e, eventualmente, podem se transformar em leucemia. “A leucemia é uma neoplasia, ou seja, um tumor das células produtoras de sangue na medula óssea. Não tem uma única causa e sim uma conjunção de fatores desenvolvidos ao longo da vida”, explica Dr. Paulo Henrique A. Soares, hematologista do Centro Especializado em Oncologia e Hematologia (CEON). Estes fatores podem ser ambientais, como é o caso da exposição a altas doses de radiação gama, uso de quimioterápicos para tratamento de outras doenças ou até fatores genéticos.

Dicas - Quando uma pessoa sente fraqueza, cansaço físico com pequenos esforços, palidez e sonolência excessiva ela pode saber se está com anemia fazendo um hemograma completo. “Uma alimentação saudável com alimentos ricos em ferro e em vitamina B12 (carnes, vegetais verde-escuros) são essenciais para a prevenção da anemia. Agora quando a anemia está estabelecida, a dieta não é suficiente para tratá-la. É hora de buscar ajuda médica. No caso de sangramentos crônicos como o aumento do fluxo menstrual também é preciso procurar mais rápido um médico. Cuidar bem do corpo dando a ele aquilo que precisa coopera para uma vida saudável e sem anemias”, conclui o Dr. Paulo.