A expressão desanimadora revelava alguém desafortunado. Sentado em um tronco de árvore, o jovem parecia lutar ferozmente contra os próprios sentimentos. Um vácuo, um vasto vazio interno ampliava a agonia dele, que permanecia horas ali. Era inquietante! Em plena madrugada, com o céu coberto de nuvens, ocultando a magia e as energias oriundas da Lua, o rapaz demonstrava uma aflição. Parecia querer algo que completaria a vida dele, algo a mais, puro, o qual o dinheiro é incapaz de proporcionar. Mas o que? A força do vento, a ondulação das folhas nas árvores ocorria de tal forma a intensificar a solidão do jovem, visivelmente aniquilado. À medida que o frio invadia severamente o lugar, mais e mais a mente dele se desgastava. Pensava, imaginava, buscava respostas e refletia sobre si, sobre tudo ao redor, sobre o planeta em que habitava e sobre a vida. Sua existência. Como única companhia, o céu permanecia escuro, sem enfeites. Agora deitado, o seu corpo jazia ao pé de uma árvore cheia de frutos, os quais identificáveis. O rapaz não fora capaz de reconhecer quais eram os frutos daquela árvore. Em verdade, isso pouco lhe importava. Claro era o motivo que levara o jovem a estar ali, durante horas se violentando. Sua vida solitária, sem amigos e companheiros não absolvera um sentido. Algo que nem todos desfrutam, mas que todos almejam. O jovem não conhecia a verdadeira amizade. Uma amizade real, pura e consistente. "Um ser humano sem amigo é uma pessoa incompleta", disse para si em baixo tom. Nota do Editor: Bruno Lara de Castro Manso é jornalista.
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