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Opinião
14/10/2007 - 12h01
O Nobel da Paz
Rodrigo Constantino
 

Acaba de ser anunciado o mais novo vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2007. Ninguém menos que Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos. O prêmio foi por seu trabalho de divulgação mundial das mudanças climáticas do planeta, cuja obra mais famosa foi seu documentário Uma Verdade Inconveniente, onde supostamente apresentou evidências para sustentar a acusação de que o homem é o grande culpado pelo aquecimento global (*). Todos aqueles que abraçam com fé a causa celebraram a notícia. Eles acreditam que esse prêmio colocará ainda mais na pauta de debates a questão do aquecimento. Tomara que sim! Mas receio que o debate verdadeiro não seja do real interesse de muitos que aderiram a este eco-terrorismo, assim como desconfio que um Nobel da Paz em nada ajude o lado desses “ambientalistas”. Explico.

Em primeiro lugar, seria útil entender a origem do Prêmio Nobel da Paz. Em 1889, os irmãos Nobel, do ramo de petróleo, completaram um duto de 42 milhas através de uma montanha na Rússia. O que fez toda a diferença pela conquista foi o uso de 400 toneladas da dinamite criada por Alfred Nobel. Quando Ludwig Nobel morreu, alguns jornais europeus o confundiram com o irmão Alfred, que foi reportado como morto. Lendo seu obituário prematuro, Alfred ficou abalado ao descobrir que era condenado como um criador de munições, o “rei da dinamite”, um sujeito que tinha feito uma fortuna através da morte de vários inocentes. Ele resolveu então reescrever seu testamento, deixando seu dinheiro para a criação de prêmios que iriam perpetuar seu nome da forma mais honrosa possível. Tinha início então uma seqüência de prêmios que objetivava, na verdade, criar uma boa imagem perante o público, fazer propaganda de ações “politicamente corretas” que as massas vissem com bons olhos. A dinamite era substituída pelo Nobel da Paz!

A lista de vencedores do Prêmio Nobel da Paz conta com gente séria e merecedora de reconhecimento, sem dúvida. Martin Luther King Jr. é um exemplo que vem à mente, entre outros. Por outro lado, alguns nomes da lista simplesmente não fazem sentido algum. Por exemplo: o que o ex-presidente americano Jimmy Carter está fazendo nessa lista? Um presidente que, na melhor das hipóteses pode ser chamado de medíocre, enquanto na pior delas pode ser visto como alguém negligente diante da ameaça comunista, merece o Prêmio Nobel da Paz por qual motivo? A justificativa fala em seu esforço pelos “direitos humanos” e para promover o desenvolvimento social no mundo. O que?! Se durante o seu governo tudo o que ele conseguiu foi atrasar o desenvolvimento americano, ele merece um prêmio por pregar utopias esquerdistas mundo afora? Não vamos esquecer que recentemente até o presidente Lula foi cogitado como um possível candidato ao prêmio, por ficar falando bravatas na ONU sobre impostos para combater a fome mundial. Um presidente de um país ainda repleto de pobres, dando aulas aos ricos sobre como solucionar a fome no mundo. É fantástico! É um caso típico para o Nobel da Paz: discursos lindos que nada fazem de concreto e positivo na prática. Pelo contrário...

Outro agraciado pelo prêmio foi Kofi Annan, ex-secretário geral da ONU. Annan comandou a ONU durante o programa de Petróleo-por-Comida, para lidar com a ameaça do Iraque. Hoje se sabe que este programa foi um verdadeiro antro de corrupção, favorecendo os barões do petróleo, os ditadores e seus amigos. O filho do próprio Kofi Annan foi citado como um dos favorecidos pelo esquema multibilionário. E por falar em corrupção, lembramos de comunismo, que nos remete a outro estranho vencedor do prêmio: Gorbachev. Líder da União Soviética durante sua acelerada decadência, Gorbachev recebeu o prêmio pelo fim da Guerra Fria. Não é Reagan, vejam bem!, quem merece o prêmio, mandando Gorbachev derrubar aquele nefasto muro e investindo no setor militar de forma a debilitar os devaneios soviéticos. Nada disso! O prêmio foi para aquele que, internamente, discursava sobre medidas para salvar o comunismo na Rússia. Um comunista, herdeiro do regime mais genocida que existiu no planeta, foi Nobel da Paz. Se Picasso ganhou o Prêmio Lênin da Paz, depois de fazer uma litografia com a famosa pomba para o Congresso Mundial da Paz em Paris, como presente para o carniceiro Stalin, nada mais me choca. Alguns “pacifistas” poderiam estar tranqüilamente em Guantánamo!

Mas isso não é tudo. Creio que o pior mesmo, o mais estarrecedor de todos, foi quando o Prêmio Nobel da Paz foi parar nas mãos de ninguém menos que Yasser Arafat, o então líder do grupo terrorista OLP. Arafat e paz são duas palavras que simplesmente não se misturam, tal como água e óleo na prática. Os atos terroristas da OLP ocorriam com o financiamento que Arafat conseguia no exterior, enquanto sua mulher e filha vivam confortavelmente em Paris. Arafat, apesar da propaganda enganosa, fez de tudo para evitar um acordo de paz com Israel. Quando Israel cedia em praticamente todas as exigências palestinas, Arafat demandava mais, ou seu grupo terrorista iniciava nova onda de ataque à inocentes. A paz não interessava muito aos terroristas, por motivos óbvios. Um sujeito como Arafat receber o Nobel da Paz era o golpe fatal que restava para desmoralizar de vez este prêmio.

E eis que chegamos em 2007, com Al Gore sendo o novo vencedor do Nobel da Paz. Os “ambientalistas” que odeiam o progresso capitalista comemoram bastante. Ponto para a causa dos que demandam mais e mais controle do governo em nome do combate ao aquecimento global. Será mesmo? Não sei quanto a estes “melancias” – verdes por fora e vermelhos por dentro, mas eu não gostaria de receber um mesmo prêmio que Yasser Arafat recebeu. Diga-me com quem andas que te direi quem és. Algumas companhias desse prêmio dão calafrios! Mas algo me diz que os mais fanáticos seguidores da causa de Al Gore não se importam nada em ter Arafat no rol dos vencedores do mesmo prêmio. Pelo contrário: eles gostam! É, no fundo, faz sentido...

(*) Para quem realmente tem interesse em se informar sobre o tema aquecimento global, evitando conclusões precipitadas e dogmáticas sem a devida reflexão, sugiro o documentário The Great Global Warming Swindle. Clique aqui para acessá-lo no YouTube.


Nota do Editor:
Rodrigo Constantino é economista formado pela PUC-RJ, com MBA de Finanças no IBMEC, trabalha no mercado financeiro desde 1997, como analista de empresas e depois administrador de portfólio. Autor de dois livros: Prisioneiros da Liberdade, e Estrela Cadente: As Contradições e Trapalhadas do PT, pela editora Soler. Está lançando o terceiro livro sobre as idéias de Ayn Rand, pela Documenta Histórica Editora. Membro fundador do Instituto Millenium. Articulista nos sites Diego Casagrande e Ratio pro Libertas, assim como para os Institutos Millenium e Liberal. Escreve para a Revista Voto-RS também. Possui um blog (rodrigoconstantino.blogspot.com) para a divulgação de seus artigos.

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