Nos últimos dias passei boa parte do tempo lendo matérias pró e contra a criação do Conselho Federal de Jornalismo. Li atentamente o projeto que foi enviado ao congresso, prestei atenção em cada um dos itens e acredito, posso me manifestar com embasamento.

É coisa antiga essa idéia, já faz muito tempo que escuto falar nesse tal de conselho, que seria uma espécie de CREA  ou CRM. Se o projeto tivesse ido para o congresso há dez anos, acho que valeria à pena fazer oposição.

Sou contra a proposta, o jornalismo já dispõe de órgãos controladores, pela ordem, o judiciário e a opinião pública, esta o mais implacável juiz. Estamos discutindo o passado, sem atentar para o futuro. Já não é mais possível controlar as informações.

O advento da Internet mudou os parâmetros. Essa é uma revolução que está apenas começando. Tentativas de controle da mídia não vão funcionar, se criado, o conselho será apenas mais um cabide para os companheiros do partido desfrutarem de um empreguinho seguro.

Talvez passe pelas cabeças dos dirigentes do PT que casos como o de Waldomiro Diniz não seriam divulgados ou que as denúncias contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles não aconteceriam. Acho que são demasiadamente influenciados pelo que acontece em Cuba, um modelo de sociedade que não caberia no Brasil.

É impossível imaginar como estará a mídia no final de dez anos, certamente muito diferente de hoje e certamente mais democrática, apesar da existência de tentativas de cerceá-la. Às vezes parece que os dirigentes petistas não se deram conta que os anos sessenta terminaram e Cuba não é um exemplo de democracia.

Aliás, não existe exemplo a ser seguido, precisamos construir um, mas com liberdade de imprensa.