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Opinião
29/10/2007 - 09h00
Você tem tempo?
César Döhler
 

Tic, tac, tic, tac... Quanto tempo ainda nos resta? Vivemos uma vida corrida e agitada. Algumas pessoas trabalham 16 horas por dia, outras talvez mais. O desafio de administrar o pêndulo implacável das horas e minutos nessa "era da turbulência" aumenta a cada dia. Temos a tecnologia (computadores, agendas eletrônicas, celulares, palmtops e tantos outros aparelhos de última geração) a nosso favor, porém a economia de tempo que a eletrônica vai efetivamente proporcionar depende dos botões que apertarmos. Enquanto escrevo este artigo, minha filha pede para levá-la à escola. O que fazer? Atender o chamado familiar ou continuar minha caminhada corporativa? As escolhas que se acumulam à nossa frente tornam-se cada vez mais agressivas e desafiadoras.

Albert Einstein foi tema de uma recente peça teatral que ilustrou com precisão os dilemas do tempo. Quando seu filho o chamava para brincar, ele dizia: "Não estou ouvindo, estou trabalhando". A carta pedindo aprovação para a recém-nascida bomba atômica foi assinada por Einstein porque ele "não teve tempo" para analisar. Estava trabalhando. Sua esposa o chamou em seu leito de morte e ele continuou trabalhando. De lá para cá, muita coisa mudou. Ou, olhando de outro jeito, quem sabe continua como era no passado. A música "Oração do Tempo", de Caetano Veloso, diz que o tempo é um compositor de destinos - e nos faz refletir. A humanidade está perdendo a chance de ouro de voltar a promover aquelas conversas gostosas da época de nossos avós, à beira da calçada, em rodas animadas pelo som do violão ou de uma bela cantiga. O futebol de botão e a bolinha de gude foram engolidos pelos poderosos jogos eletrônicos.

Sentir a brisa do mar ou do campo para renovar as energias é um privilégio de poucos devido à correria e à falta de recursos. Tudo isso pode ser resgatado. Basta querer. Temos a chance de fazer escolhas no seu devido tempo. O tempo deveria ser amigo, mas, devido ao acúmulo de tarefas, tornou-se um grande vilão. Vivemos uma cruzada corporativa cercada de ameaças e oportunidades. Temos toda a condição de usar o tempo em nosso benefício. Depende única e exclusivamente de nós. Uma vida não pode ser apressada, não pode funcionar dentro de um horário, como deseja tanta gente. O tempo não é como nós o vemos - ele está em lições que são aprendidas. Roberto Shinyashiki traz um exemplo muito interessante. Ele estava cozinhando em casa e sua filha o chamou. "Pai, vem cá." "Já vou, minha filha." "Pai, vem agora." "Só um minutinho que já vou." Quando ele chegou perto da filha, ela falou: "Agora não adianta mais porque o pássaro que eu ia te mostrar já voou." Nós somos passageiros desse trem, que, apesar de correr velozmente, concede a oportunidade de parar um pouco, para que, por meio da educação continuada, das conversas com os amigos, do espaço para o lazer e para a família, da solidariedade, da paz, entre outras coisas, possamos ganhar tempo para salvar o planeta. Tic, tac, tic, tac...


Nota do Editor: César Döhler (cesar@dohler.com.br) é economista.

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