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Opinião
04/11/2007 - 17h18
As Forças, precisam continuar Armadas
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O negligente e temeroso sucateamento das Forças Armadas, denunciado por seus próprios comandantes, à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, chega às raias do vergonhoso. Demonstra o grau de vulnerabilidade do sistema encarregado da segurança do país frente a possíveis ataques internos ou externos. Como pode o detentor da oitava economia do mundo ter chegado a esta preocupante posição de ter apenas um terço dos seus aviões militares em condições de voar, utilizar viaturas de combate com mais de 30 anos de fabricação, comprar tanques blindados de segunda e terceira mão, dispor de apenas metade de sua frota naval e ser obrigado a utilizar armas de mira visual porque não faz manutenção das computadorizadas, nem possui mísseis?

Esse desleixo - que até parece represália de uns e outros que se autodefinem como perseguidos de 64 - pode levar o país à mais aguda crise da história. O que faríamos, por exemplo, se os guerrilheiros das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) resolvessem passar a fronteira rumo ao nosso território? Se os ‘compañeros’ Hugo Chávez ou Evo Morales nos desafiassem? Se o narcotráfico, sabendo de nossas carências, elegesse definitivamente o território brasileiro como sua rota? Ou se, a qualquer pretexto, algum louco invadisse a cobiçada Amazônia?

Por mais patriota e determinado que seja, o soldado brasileiro pouco poderá fazer sem o uso de veículos, armamento e equipamentos adequados. Recorde-se que até os atos heróicos das tropas brasileiras durante a 2ª Guerra Mundial – que foi uma guerra convencional, muito diferente do quê pode ocorrer atualmente – dependeram de apoio técnico e material. Agora, sem armamento, munição e veículos atualizados, nada se faria. Qualquer confronto seria um sangrento desperdiçar de vidas sem qualquer resultado positivo para o país.

Ninguém – muito menos os governantes – tem o direito de ignorar que, como maior economia e extensão territorial do continente, o Brasil sofre a ira de outros países e corporações detentores de interesses conflitantes com nossa economia ou posição político-social. Por isso, o Estado brasileiro deve estar permanentemente preparado para a defesa, inclusive em tempo de paz.

Exceto as lactentes e possíveis ameaças externas, o país tem de cuidar da manutenção da ordem interna. Essa é uma tarefa estadual, mas algumas unidades da federação não estão dando conta. Nesse caso deveriam ter a ajuda federal que, pelo estado de penúria das Forças Armadas, certamente, não seria viável. Não se deve esquecer ainda da necessidade de patrulhamento das fronteiras e guarda do espaço aéreo que, de alguma forma, também passam pela integridade material das três armas.

O Brasil possui uma das mais importantes forças armadas do mundo. Dotada de história, competência e profissionalismo. Esse patrimônio nacional tem de ser mantido e atualizado de acordo com o avanço tecnológico, sob pena de, num futuro muito próximo, poder não passar de um fantoche. Por questão de manutenção da soberania nacional, o governo tem de investir no setor ou corremos o risco de, fragilizados, amargar dissabores que nenhum brasileiro merece. Não se pode esperar o ataque para só depois cuidar da defesa. Vale o surrado dito popular: o preço da liberdade é a eterna vigilância.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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