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SEÇÃO
Crônicas
06/11/2007 - 13h11
Quero tocar na fonte do seu prazer
Antonio Brás Constante
 

O prazer dá sabor ao mundo. Pena que as pessoas busquem essa sensação como se fosse algo mágico, dispendioso, obscuro ou dificílimo de encontrar. Geralmente atribuímos o prazer ao próprio corpo. Ao toque dos amantes, aos beijos de cinema, ao sexo. Há quem busque o prazer nas extravagâncias. Tomemos, por exemplo, os sádicos, que sentem prazer justamente fazendo o contrário com seus parceiros, ou os masoquistas que buscam prazer nas formas menos prazerosas possíveis. O intitulado mundo carnal ainda conta com as chamadas “profissionais do sexo”, que prometem dar prazer (literalmente falando) aos seus clientes em troca de dinheiro.

Todo este erotismo que se vende aos quatro ventos como sendo a sétima maravilha do mundo é fruto da própria carência humana em se harmonizar consigo mesmo, em buscar a felicidade nas coisas mais singelas, como o deleite da leitura, ou o gozo de uma boa noite de sono, um abraço afetuoso de nossos entes queridos, uma ligação de alguém que amamos, dar ou receber um sorriso encorajador na hora certa. Temos cinco sentidos, cada um podendo nos prover de sensações reconfortantes, intensas ou mesmo relaxantes.

Se buscássemos o prazer na própria simplicidade que a vida tem, provavelmente aproveitaríamos muito mais cada minuto de nossos dias. Uma brisa suave no rosto pela manhã, ou uma música ao longe, daquelas que há muito tempo não ouvíamos podem ser fontes de incrível prazer. Basta que saibamos aproveitá-las. Mas, para que isso seja possível, devemos esquecer por alguns minutos o relógio e nos permitir curtir o presente (como se aquilo fosse um belo presente), desacelerando nosso ritmo enlouquecido para nos regozijarmos de cada breve instante, tornando-o algo único e inesquecível. Pois, o tempo que passa não volta jamais.

Quantas vezes nós paramos a beira de uma estrada e tiramos nossos sapatos para sentir a grama verde sob nossos pés? (Se fizer isto, verifique primeiro se não existem rosetas, formigas ou aquelas esculturas feitas por cachorros, evitando pisar em cima dessas coisas desagradáveis que estragariam o momento.)

Existem aqueles que talvez achem perigoso fazer o que mencionei, já que podem aparecer bandidos, ou enfermeiros de algum sanatório entendendo tal atitude como um atestado de loucura. Outros podem não ver qualquer vantagem em se pisar, olhar ou mesmo deitar sobre um gramado. Outros ainda devem pensar que andei fumando algum tipo de erva que não se vende em farmácias. Caso você se enquadre em algum dos tipos citados neste parágrafo, tente perceber se a leitura deste texto está sendo prazerosa para você. Do contrário pare imediatamente de ler e gaste seu tempo em algo que lhe faça um pouco mais feliz, pois é disto que estou falando.

Enfim, o principal é saber em qual parte do corpo o prazer se encontra, mas já vou logo informando que esta fonte de delícias está localizada e inteiramente disponível dentro de nossas mentes, basta apenas querermos usá-la.


Nota do Editor: Antonio Brás Constante (abrasc@terra.com.br) é escritor.

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