Para enfrentarmos o verão sem os efeitos nocivos do sol, os cuidados com a pele devem ser aumentados, principalmente na face, pescoço, colo e braços, que são áreas mais expostas no dia a dia. Uma pequena quantidade de sol é necessária para nosso organismo produzir a vitamina D. Porém, esta quantidade é menor do que aquela que produz o bronzeado. Em excesso, o sol pode levar a uma variedade de problemas de saúde, incluindo câncer de pele e catarata. Além do envelhecimento da pele, o excesso à exposição de sol, segundo relatório da Organização Mundial de Saúde, (OMS), causa cerca de 60 mil mortes por ano, em todo o mundo. Estima-se que mais de 90% da carga global de doenças como melanoma e outros cânceres de pele seja causada pela exposição à radiação ultravioleta, UV. Risco este que, segundo o Dr. Guilherme de Almeida, pode ser evitado com a adoção de medidas preventivas, tais como: evitar a exposição à luz solar nas horas em que o sol é mais intenso (entre 10h e 16h), usar chapéu/boné, óculos escuros com lente que tenha proteção e, claro!, filtro solar com fator mínimo 15 (ou mais alto, caso a pele seja clara). Os raios solares são invisíveis, por isso, os filtros solares devem ser usados, inclusive, nos dias nublados, pois cerca de 40 a 60% da radiação solar atravessa as nuvens. Pessoas com pele oleosa ou com tendência a espinhas devem usar filtros "oil free", livres de óleo, ou gel para evitar que as glândulas fiquem mais entupidas e haja um agravamento da acne. Pacientes com manchas escuras (Melasma ou Cloasma), devem ter cuidado redobrado com o sol, e usarem Filtros com FPS de 45 a 60, pois são sensíveis a quantidades mínimas de ultravioleta. Mitos e verdades Queimaduras solares freqüentes durante a vida, predispõe ao câncer de pele. Verdade. O sol em excesso causa alterações no DNA das células, aumentando o risco de desenvolver câncer de pele. Mesmo não estando na praia, devo usar protetor solar. Verdade. Ele deve ser usado diariamente. O sol acelera o envelhecimento, pois causa uma desestruturação no colágeno da pele, substância responsável por manter a pele jovem. Manchas e pintas na pele sempre tem relação com o sol. Em partes. É preciso fazer uma investigação em cada paciente. Depende da predisposição genética da pessoa ou até com alterações hormonais, como o uso de anticoncepcionais e a gravidez. Mas o sol tem uma contribuição importante para o surgimento de manchas. O sol sem proteção ativa a melanina da pele, o que acaba causando manchas e sardas. Pele bronzeada é sinônimo de pele saudável. Mito. Ao contrário do que muitos pensam, a pele bronzeada está, na verdade, criando uma defesa. Com o sol em excesso, as células começam a produzir mais melanina com o objetivo de proteger a pele. Pessoas negras não precisam usar protetor solar. Mito. Apesar de a pele negra ser mais resistente - por ter uma quantidade maior de melanina - ninguém está livre do câncer de pele. Por isso o protetor deve ser usado sempre, e o fator mínimo de proteção é o 15. O número do protetor solar tem relação com a cor da pele. Mito. Independente do tipo de pele, deve-se usar sempre protetor solar de no mínimo FPS 15 ou maior. FPS é a abreviação de fator de proteção solar, e significa que, usando um filtro com FPS 15 a pele levará 15 vezes mais tempo para ficar vermelha do que sem proteção. Peles claras e pessoas ruivas exigem maiores cuidados, pois são mais propensas ao câncer de pele. É importante lembrar que o protetor deve ser passado em quantidade generosa por todo o corpo 30 minutos antes da exposição solar. Lâmpadas fluorescentes também fazem mal para a pele. Verdade. Esse tipo de luz também emite raios ultravioletas. Por isso, se a pessoa fica muito tempo em um ambiente com essa luz ou muito próxima, é recomendável usar o protetor solar. Protetores físicos como bonés e guarda-sol substituem o protetor. Mito. Eles devem sim ser usados, mas como um complemento ao protetor solar. É ideal que o guarda-sol seja grosso para bloquear bem a passagem do sol. Não podemos deixar de proteger as orelhas, os olhos e os lábios (há protetores específicos para essa região que não devem ser dispensados). Fonte: O Dr. Guilherme de Almeida é Dermatologista do Hospital Sírio Libanês, Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Academia Americana de Laser e Cirurgia.
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