Nos anos 60 quando fiquei sabendo que acontecia alguma coisa dentro dos shorts dos moleques a curiosidade me levou a uma pesquisa científica com meus primos menores. O que depois foi chamado de "brincar de médico". Naquele tempo perguntar sobre sexo era proibido. Com a chegada da AIDS, hoje uma menina de 12 anos já sabe até que, aquela é a hora de vestir a camisinha, conhecem as anticoncepcionais do mercado e andam por aí matando os moleques dançando funk. Mesmo assim a gravidez na adolescência e a prostituição infantil avançam. Será que não seria mais prático falar de sexo como profissão? Teríamos quem sabe uma NR(*) com a Eva e a folha de parreira na capa, símbolo do primeiro EPI(**). É bom lembrar que segundo o IBGE, a maioria das famílias são mulheres sozinhas criando seus filhos com as avós. Conheço algumas prostitutas que atendem 14 clientes por fim de semana, para arcar com suas despesas (haja EPI) afinal a gravidez deve ser uma decisão consciente das responsabilidades na vida da mulher. Não sei se vou estar viva ainda, mas com certeza em algum tempo o Serviço de Saúde Pública vai atender a prostituta gratuitamente fazendo abortos, uma vez que, será considerado nesse caso: Acidente de Trabalho. (*) Normas Regulamentadoras (**) Equipamento de Proteção Individual
Nota do Editor: Maria Angélica de Moura Miranda é jornalista, foi Diretora do Jornal "O CANAL" de 1986 à 1996, quando também fazia reportagens para jornais do Vale do Paraíba. Escritora e pesquisadora de literatura do Litoral Norte, realiza desde 1993 o "Encontro Regional de Autores".
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