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Crônicas
16/11/2007 - 17h34
Meu dia na cidade sem carro
Marcos Alves
 

Era um dia quente, um calor de fazer medo. A testa suando, aquele amontoado de carros, ônibus, motocicletas. Bizarra sinfonia de buzinas ordinárias, escapamentos estridentes, cantadas de pneus assustadoras e eu a pé. Bateu uma raiva. Pôxa, todo mundo indo embora e eu parado no ponto de ônibus.

Daí, pensei: mas o troço não anda! Aquela avenida enorme, com duas obras de alargamento nas costas, onde enfiaram um mundo de dinheiro e... nada. Tudo parado, amigo. Nada se move nessa segunda-feira lazarenta e preguiçosa. E eu com uma baita vontade de ter um carro.

Só tem um problema: não tenho grana. Há uma maneira: entrar em um desses financiamentos intermináveis, sem entrada, 80 prestações me separam do sonho. Imagino-me numa curva em um penhasco, dirijo meu conversível acompanhado de uma linda mulher. Cinematograficamente feliz.

Nesse instante, a brisa sopra meu rosto, mas sou bruscamente cortado em meu doce barato pela fumaça preta de um caminhão velho e barulhento que passa raspando minha pobre orelha.

Deus, porque me abandonaste! Estou aqui no sol, nesse ponto cheio de gente, como eu, à espera do maldito transporte público. Lá vem ele, finalmente! Salto o buraco na calçada, esbarro na secretária (deve ser secretária, com essa roupa combinando) peço desculpas e me posiciono melhor para ver que não é o meu, que meleca.

Deu raiva de novo. Mas fico olhando esse montão de carro parado, e descubro que o trânsito - seja ele de carro, moto, ônibus, a pé, ele é a causa desse calvário todo. Claro que um automóvel (que nome) torna tudo menos complicado e confere uma certa independência aos cidadãos que, como eu, precisam se locomover (que palavra) nessa cidade.

Principalmente se tiver vidros escuros e ar condicionado. Mas é preciso ter calma, evitar o veneno do estresse. Afinal, a maior parte dos carros disponíveis não tem esse conforto todo. É um usado desses que me espera, caso eu leve mesmo adiante essa idéia de comprar um carro. Não sei não... O trânsito é feroz todo dia, e às vezes prefiro evitar aborrecimentos com coisas que não funcionam, como carro velho, por exemplo.

O problema todo é a falta de opções, não há metrô decente aqui em Belo Horizonte. Mas aí já é outra história.


Nota do Editor: Marcos Alves é jornalista.

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