10/09/2025  16h16
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Crônicas
27/11/2007 - 09h00
Mulher madura
Evelyne Furtado
 

Este texto foi sugerido por uma amiga, mas o escrevo com muita propriedade, pois o tema é meu também. Afinal, sou uma mulher madura, como ela. Fique claro que vou discorrer sobre a vida da mulher de quarenta (um pouco mais, um pouco menos).

Somos hoje, aos quarenta, as balzaquianas que à época de Honoré de Balzac tinham trinta e poucos. A título de ilustração, é interessante lembrar que o autor da Comédia Humana era apaixonado pela condessa Evelyne Hanskas, bem mais velha que ele.

Voltando ao presente, há muitas teorias, muitos mitos sobre a mulher madura. Há estereótipos e é aí que a coisa pega.

Se a gente se fixar no que dizem as revistas femininas e outras publicações que tratam do assunto superficialmente, sente-se péssima. As comparações para melhor ou pior sempre afetam nossa auto-estima.

O fato é que convivemos com coisas boas e más, como em todas as idades.

Quem tem quarenta anos hoje, já teve quinze, vinte e trinta. Em cada fase conviveu com problemas e alegrias, encontros e desencontros. Sofri às vésperas dos trinta e mais ainda às portas dos quarenta. Sofrimento inútil. Não havia um perigo na esquina da quarta década, como meus medos avisavam. Vivi preocupações motivadas pelo mito do fim da juventude, como se esta se esvaísse de um dia para outro; como se nossos encantos sumissem de repente.

Felizmente, nada disso acontece assim, como se fosse maldição. O culto à juventude não afeta apenas as mulheres, mas a nós atinge com mais crueldade. Todavia, vivo muitíssimo bem aos quarenta e poucos anos. Sou hoje uma mulher muito melhor do que fui aos vinte. Ainda tenho dúvidas e inseguranças, mas já as tive muito mais.

Se perdi a minha inocência, não posso culpar a idade. Foi a vivência que me mostrou a realidade e isso é amadurecimento. Assumo minhas falhas, mas não as que já superei. Hoje sei mais sobre a vida do que sabia ontem. Saberei mais amanhã, se Deus quiser...

Ah, aí vem mais um mito: o amadurecimento feminino assusta os homens. E daí, cara pálida? Vou fingir ser insegura para ter alguém fraco ao meu lado? Não, a mim não parece valer a pena. Assim, meninas, vamos vivenciando as delícias da maturidade: usufruindo a possibilidade de fazermos coisas que não podíamos fazer antes, usando o charme que a experiência nos concedeu e dispondo da sabedoria adquirida com a vida.

E não nos deixemos enganar: continuamos atraentes como antes ou até mais. Resta encontrar alguém especial que reconheça isso. Se acontecer, será ótimo. Se não, ainda teremos muito a desfrutar.


Nota do Editor: Evelyne Furtado é jornalista e cronista em Natal/RN.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "CRÔNICAS"Índice das publicações sobre "CRÔNICAS"
31/12/2022 - 07h23 Enfim, `Arteado´!
30/12/2022 - 05h37 É pracabá
29/12/2022 - 06h33 Onde nascem os meus monstros
28/12/2022 - 06h39 Um Natal adulto
27/12/2022 - 07h36 Holy Night
26/12/2022 - 07h44 A vitória da Argentina
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.