A Mula Manca (MM) está se perguntando porque não está na Suiça. Ora, se lá foi o Lula, por que não a Mula? E MM, como diria aquele velho poema "Se pudesse voltar a viver novamente", atribuído ao Borges, viajaria mais leve, com menos malas, menos acompanhantes malas, menos botox, menos guarda-chuva etc. Menos é mais, ou seja, MM também, que nem a Mula.

A Mula básica iria discutir futebol. Sim, porque se o Lula, perna-de-pau do futebol de fim de semana se acha no direito, a Mula com suas quatro patas tem pelo menos mais base no ludopédico que o presidente. Além do que, perdão torcida alvinegra, corintiano não é raça que esteja lá com essa bola toda não, com perdão do trocadilho.

MM é mais bonitinha que a maioria dos governadores convidados, que além de aproveitarem a oportunidade para dar um rolé no Primeiro Mundo, ninguém sabe dizer a que foram. Deve ser muito mais interessante e curioso para os suíços verem uma mula em carne, osso e couro pessoalmente que um bando de, em sua grande maioria, engravatados jecas. E o bico da ministra Marta Suplicy, aquela que relaxa e goza quando a coisa aperta, fruto de aplicação de toxinas, é coisa que dispenso - Deus que criou os homens e animais já me deu um bocão.

Essa verdadeira arca de Noé que mandamos à Suíça sem a dignidade de Noé nem o charme do Velho Testamento poderia ser perfeitamente substituída apenas por um animal, no caso MM. E na lambança da volta pelo dutty free posso fazer o mesmo que a comitiva: entupir-me de garrafas do uísque daquele meu primo, o White Horse. MM agora sonha com uma viagem a Paris para vender agribusiness brasileiro, já que ela também é parte do negócio.

Nota do Editor: Maria Ruth de Moraes e Barros, formada em Jornalismo pela UFMG, começou carreira em Paris, em 1983, como correspondente do Estado de Minas, enquanto estudava Literatura Francesa. De volta ao Brasil trabalhou em São Paulo na Folha, no Estado, TV Globo, TV Bandeirantes e Jornal da Tarde. Foi assessora de imprensa do Teatro Municipal e autora da coluna Diário da Perua, publicada pelo Estado de Minas e pela revista Flash, com o pseudônimo de Anabel Serranegra. É autora do livro "Os florais perversos de Madame de Sade" (Editora Rocco).