Renascer. Adquirir nova atividade, novo impulso. Transformar o que já não serve, não é útil. Deixar para trás o que simplesmente não dá para continuar carregando. Velhas mágoas, sentimentos, conflitos, ai, a lista é enorme. O fim do ano vai chegando e quase todo mundo começa a fazer uma retrospectiva, uma análise do tempo que passou: coloca na balança os prós e contras existenciais, o que conseguiu realizar, o que ainda está tentando modificar, mudar de hábitos, mudar de vida, mudar de endereço! Depois, começam as promessas que surgem naturalmente com a aproximação do bem-aventurado ano novo, esse sim vai dar certo! Tantos sonhos que queremos concretizar, lugares para conhecer, pessoas com as quais nem sonhamos e que certamente virão, outro emprego, um filho, outro filho, casamento, fogão, geladeira, um novo corte de cabelo, emagrecer, engordar, acabar aquele documentário, fazer yoga, respirar melhor, aspirar a um novo cotidiano... Acredito que as melhores e mais significativas mudanças ocorrem internamente. São também as mais difíceis, já que é uma batalha que travamos quase diariamente, é o solilóquio, o inevitável encontro do qual não podemos fugir, por mais que tentemos. São aquelas características que talvez ninguém note, mas que nós sabemos que estão ali. E incomodam, cutucam, às vezes sussurram, mas em certos momentos gritam! É árduo ignorar! Fazer uma faxina mental, colocar o lixo para fora, desarrumar para reorganizar, costuma ser um bom início para a concretização das almejadas mudanças externas. Com calma, com jeito, não precisa ter pressa, se apegar ao calendário. Só não deixe de tentar, pois sempre vale a pena trocar o que já não nos acrescenta por novas e promissoras sensações. E me perdoem se não consigo variar o estilo e tudo isso soa irremediavelmente piegas! Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista.
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