Os consumidores brasileiros descobrem, cada vez mais, as vantagens do comércio eletrônico, como poder pesquisar preços em diversas lojas e adquirir produtos e serviços de forma rápida e fácil, sem precisar sair de casa. A popularização das compras virtuais, no entanto, torna mais freqüente a ocorrência de fraudes na Internet, o que pode causar prejuízos ao usuário desavisado. O período de Natal é considerado o mais propício para os golpistas virtuais, que se aproveitam do aumento do consumo on-line por pessoas que não estão habituadas a acessar sites de e-commerce. Segundo previsões da consultoria e-bit, a partir da pesquisa de intenção de compra realizada pelo Provar (Programa de Administração de Varejo, da Fundação Instituto de Administração) em parceria com o Canal Varejo, as vendas na Internet terão, neste fim de ano, crescimento de 45% em relação a 2006, o que representará um faturamento de R$ 1 bilhão. É nesta época que os fraudadores utilizam-se das chamadas técnicas de engenharia social - termo que se refere a um método de ataque, no qual alguém faz uso da persuasão, - muitas vezes abusando da ingenuidade ou confiança do usuário - para obter informações que podem ser utilizadas para o acesso não autorizado a computadores ou informações. Por isso, o internauta deve estar atento a alguns cuidados importantes para garantir a segurança durante a navegação e compras virtuais: · Evite realizar compras em sites desconhecidos. Em muitos casos, o consumidor corre o risco de não receber o produto adquirido e, ainda mais grave, ter os dados utilizados por golpistas. Além disso, essas páginas podem conter programas espiões (spywares), capazes de roubar todos os tipos de dados contidos no computador, inclusive senhas e números de cartão de crédito. · Certifique-se de que o site faz uso de conexão segura. Isso pode ser verificado de duas maneiras: se no começo do endereço aparece "https" (prova de segurança) em vez de "http" e se o browser mostra a figura de um cadeado fechado na parte inferior. · Fique atendo à política de privacidade de dados e de segurança da informação da loja on-line. Leia atentamente as informações sobre utilização dos dados a serem cadastrados, se é possível excluí-los do banco de dados e qual o nível de segurança aplicado para garantir a proteção das suas informações pessoais. · Observe se a transmissão dos dados do formulário de cadastro é segura. Para isso, antes de preencher os campos, é importante observar se o site de compras usa algum protocolo do tipo SSL para proteger a transmissão. Além disso, não envie números de documentos e cartões de crédito por e-mail. · Nunca realize acessos que dependam do fornecimento de dados pessoais e senhas em computadores de terceiros ou em locais públicos. Principalmente na necessidade de fazer transações bancárias, as pessoas esquecem que não são as únicas a utilizar determinada máquina e que não estão sozinhas naquele ambiente. Caso não haja outra saída, porém, lembre-se de apagar os registros de sites navegados e arquivos acessados, especialmente em se tratando de LAN houses e cybercafés. Apesar de tais medidas não serem suficientes para bloquear a ação de criminosos virtuais, elas minimizam os riscos. Também vale se certificar de que o computador está protegido por antivírus. · Cuidado com promoções mirabolantes e cupons de desconto. Mensagens supostamente provenientes de grandes redes enviadas ao seu e-mail podem parecer tentadoras, mas não se deixe levar pelo impulso de compra. Muitas vezes, essas mensagens são apenas uma forma de ludibriar o usuário e conseguir seus dados por meio de um cadastro fictício para obtenção das vantagens prometidas. Para se certificar de que não se trata de uma fraude, o ideal é contatar a empresa e checar se o e-mail em questão foi realmente enviado por ela. · No momento da compra, leia todas as informações sobre condições de entrega, prazos, devolução, troca, desistência, assistência técnica e garantias. É fundamental que o site tenha os dados necessários para casos de reclamação de consumidor, tais como CNPJ, endereço comercial e telefone de contato. Essas informações também são essenciais para que seja verificado se a loja virtual está devidamente legalizada e se a empresa tem credibilidade no mercado. · Desabilite a auto-execução de arquivos anexados às mensagens em seu cliente de e-mails. Muitas vezes, apesar de toda a cautela, pequenos detalhes como este são esquecidos e acabam gerando grandes dores de cabeça ao usuário. · Não deixe senhas pré-gravadas. Principalmente em se tratando de senhas de banco, a comodidade de não precisar digitá-las a cada acesso pode custar caro ao usuário. Ao deixar essas senhas disponíveis em seu computador, elas podem ser facilmente obtidas por um cracker. · Caso seja lesado, não deixe de denunciar. O consumidor está protegido por leis que valem tanto para o mundo real quanto para o virtual. A denúncia pode ser feita usando serviços on-line como os oferecidos pelo Procon, Reclame Aqui (www.reclameaqui.com.br) e a Delegacia de Crimes Eletrônicos. Em 2006, o Procon de São Paulo registrou 595 reclamações relativas às compras na Web, a maioria delas sobre ofertas e vendas enganosas, além do descumprimento de prazos de entrega. Nota do Editor: Marcelo Tsuguio Okano é coordenador dos cursos superiores em Tecnologia de Banco de Dados e Tecnologia em Redes de Computadores, da Faculdade Módulo e professor de pós-graduação do curso de Gestão de Redes, da FIAP - Faculdade de Informática e Administração Paulista. É graduado em matemática com especialização em Engenharia de Software e Mestre em Administração. Possui certificações técnicas como LPI, Conectiva Instructor e IBM-AIX, entre outras.
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