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Opinião
20/12/2007 - 10h09
Em defesa da língua portuguesa
Gabriel Perissé - Observatório da Imprensa
 

Em sua longa campanha em defesa da língua portuguesa (a luta começou em 1999), o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) se aproxima da vitória, salientando o parlamentar que trabalha em nome do "fortalecimento da aprendizagem em geral", uma vez que educação e idioma caminham de mãos dadas.

O approach (perdão, o enfoque) de Aldo Rebelo resumir-se-ia em defender nosso idioma da deterioração. Nessa luta hão de engajar-se os meios de comunicação de massa e as instituições de ensino.

Jornalista que quiser estartar a sua vida profissional com estrangeirismos terá de pensar duas vezes antes de cometer essa gafe ("deslize" seria melhor?). Ou imitar a solução que Kennedy Alencar e Gustavo Patu, na Folha, adotaram certa vez. Em novembro de 2005, Dilma Rousseff e o seu então colega Antonio Palocci tinham lá suas divergências, e admitiu a ministra que, se fosse "da Fazenda, seguramente estaria tendo um outro approach". E os jornalistas tiveram o cuidado de explicar a expressão, entre colchetes: [abordagem do debate econômico no governo].

Expurgar vícios antigos

Além dos profissionais da mídia (posso escrever "mídia"?), deverão os professores sair em campo para defender o idioma. Docentes da área de Administração e Economia terão que evitar a todo custo a palavra franchise, por exemplo. Se existe "franquia" e o infrator insistir em macular o nosso idioma com uma palavra estrangeira, será punido pela prática abusiva!

E "motobói", já está devidamente aportuguesada? Ou seria melhor "moto-rapaz"? Muitas dúvidas deste jaez eu tenho... Haverá uma instância jurídico-gramatical capaz de saná-las?

E já que devemos falar e escrever escrupulosamente, cultivando a ilibada prática do idioma... nada como expurgar vícios antigos. A palavra déficit! Acentuá-la é influência nociva do idioma francês. A rigor, a palavra se escreve sem acento, deficit, porque vem do latim. Mas talvez seja o momento de nos corrigirmos, e adotarmos "défice", como em Portugal.

O incorruptível Senado

A exemplo da Lei Cidade Limpa, do prefeito paulistano Gilberto Kassab, o deputado Aldo parece ter concebido uma Lei Idioma Limpo. Exigirá policiamento ostensivo. Campanhas de esclarecimento. Quem sabe a Academia Brasileira de Letras crie sua tropa de elite... Os imortais Arnaldo Niskier e Paulo Coelho, dicionários em punho, invadindo os redutos de corrupção lingüística. Multas deverão ser aplicadas para coibir os transgressores...

Confesso que, embora simpático às nobres intenções do deputado, alimento muitas dúvidas quanto à oportunidade e à aplicabilidade dessa lei, que ainda precisa ser aprovada pelo incorruptível Senado.

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