Jogar tudo fora, mandar ir embora, fazer as malas, eis a questão. Comprar roupa nova, jogar a toalha, chamar de canalha, fazer um retiro, dar um suspiro, que alívio! Fazer rima pobre, tentando enrolar, tudo o que quero é parar de pensar. Ir para o campo, ir para a praia, com você, sem você, não vai importar. Tirar o relógio, sair pra pescar, dar uma volta, parar de rodar, esquecer a pressão! Um ombro amigo, um apoio, um abraço, um aperto de mão... um bate-papo, pra variar, uma noitada, só pra dançar. Aquele beijo, que nunca esqueci, cinema, vídeo, pipoca, um bar bem ali. Chamar de volta, quando for o momento. Dar à luz, não há esquecimento, tudo a seu tempo. Captar um olhar, um giro, as voltas que a vida dá. Acompanhar a maré, dar uma ré, olé, sacudir a poeira, não deixar escapar. Balançar a cabeça, botar pra quebrar, mostrar a que veio, não deixar barato! Estou aqui e quero gritar, dizer a vocês que não vou aceitar, não vou me entregar, não vou desistir! Batalhas ganhas, batalhas perdidas, a lida, nem sempre sofrida, e muito, muito bem vivida! Ah! O samsara, a roda girando, os ciclos fechando, o dharma, o karma em questão. Jogue luz, corra, amplie, alargue e não olhe pra trás. Estátuas de sal não queremos virar. Do mundo, as delícias, prazeres, afagos é o que sempre irei recordar. Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista.
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