O escritor Machado de Assis, em 1901, ao publicar o livro "Poesias Completas", já mostrava sua angústia frente aos rumos tomados pelos festejos natalinos, ao incluir um poema, intitulado "Soneto de Natal", onde perguntava: "Mudou o Natal, ou mudei eu?". O fato é que desde então já ficavam evidentes as transformações nas comemorações natalinas, que paulatinamente deixavam de lado o cunho religioso, para se transformar em uma festa mercantilista, onde a reverência ao aniversariante, na maioria das vezes isolado em um presépio, em canto qualquer da casa, foi sendo repassada para a Árvore de Natal e Papai Noel, que passaram a ser os verdadeiros protagonistas da noite. As igrejas, antes o rumo natural das famílias, que ali se reuniam para assistir a tradicional Missa do Galo, hoje foram substituídas pelos shoppings centers, onde os "deuses do consumo" são avidamente venerados. Pergunte-se às crianças o que se comemora no Natal e, infelizmente, a maioria dirá que é o dia de Papai Noel.
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