Se o ser humano realmente emprega, consoante afirma o renomado escritor, psicólogo e filósofo norte-americano William James (1842-1910), "apenas uma pequena parcela dos seus recursos mentais e físicos", o que é possível pontificar como incontestável, se nem ainda possui o completo controle das funções da massa encefálica? Disso decorrem os acidentes de percurso individuais e coletivos, com suas perturbações atávicas, que provocam sectarismos e alimentam até mesmo dogmas científicos paralisadores. Daí também os óbices ainda cultivados na comunicação da Humanidade de Cima com a de baixo (dos Seres Espirituais com os terrenos), tendo em vista o relacionamento árduo da pessoa com o próprio Espírito, que ela teima em menoscabar, como se não fossem partes complementares. Passado e futuro são ilusões. O que existe é o Presente Eterno! De outra forma, o Tempo nada mais seria do que a grande mentira do Homem, na definição de Immanuel Kant (1724-1804). O Espaço tridimensional (altura, largura e profundidade) igualmente é enganador sem a equação, embora relativa para o ser humano restrito, que demonstra a fórmula Tempo permanente, porquanto Presente Eterno. As questões de Espaço e Tempo até hoje confundem o habitante terrestre - e não somente ele, como muitos que evoluem no campo espiritual que envolve este orbe: o Céu da Terra, que não é uma abstração. As providências iniciais para o seu deslindamento encontram-se, para surpresa de alguns, no Apocalipse de Jesus, 1:10, o Dia do Senhor, isto é, a integração da criatura no Espaço-Tempo de Deus: "Achei-me em Espírito, no Dia do Senhor, e ouvi por detrás de mim uma grande voz, como de trombeta". Para entendermos os ambientes mais elevados, é necessário aceitarmos que funcionam empregando a Luz, que é "matéria" quintessenciada, fluida, em regiões situadas até mesmo depois daquelas que nossa atual compreensão das coisas alcança. Há esferas além das esferas, adiante do que os astrônomos já vêm considerando o hiperespaço. A "fronteira" é muito mais longínqua, porque não há limites para o Universo de Deus. A civilização precisa das suas incomensuráveis qualidades investigativas, mas não deve abrir mão de Deus. Evidentemente, não se trata aqui do caricato ser antropomórfico, histórico empecilho ao urgente fraternal abraço que, um dia, unirá duas grandes irmãs: Ciência e Religião. Negando, a priori, a essência do que procura, fica difícil ao campo científico o privilégio de beneficiar-se com a confirmação do que, por instinto, busca. É como a criança que, batendo o pé nervosamente, protesta dizendo não gostar de um alimento que nem sequer experimentou. Haja paciência do Pai, o Celestial! Nota do Editor: José de Paiva Netto (paivanetto@uol.com.br) é jornalista, radialista e escritor.
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