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Opinião
25/12/2007 - 16h03
A sexta economia e a desigualdade
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O Brasil saltou à privilegiada e até invejada posição de sexta economia do mundo, afirma o relatório do Programa de Comparação Internacional, divulgado na terça-feira (18) pelo Banco Mundial, que mede a economia de 146 países. Analistas nos mostram no mesmo nível do Reino Unido, França, Rússia e Itália, países com PIB (Produto Interno Bruto) ao redor de R$ 1,5 trilhão ao ano. Lembram ainda que o Brasil detém metade do poder de compra de toda a América do Sul.

O professor Franco Montoro já advertia, décadas atrás, para o perigo das médias. “Se um homem estiver com a cabeça no forno e o pé na geladeira, a média será muito boa, mas ele estará morto” – dizia o inesquecível mestre, que emprestou sua seriedade, cultura e perspicácia à vida pública como vereador, deputado, senador e governador.

A posição alcançada é importante. Resulta da capacidade de trabalho do empresariado urbano e rural que, mesmo com toda a burocracia estatal e política econômica adversa à produção, enfrenta com competência as dificuldades e faz o Brasil crescer. O governo só é dinâmico ao arrecadar, mas não devolve à população os serviços de qualidade que a lei determina, encarregando-se apenas dos entusiasmados discursos sustentados pelas teorias econômicas de seus técnicos. Infelizmente, a população fica na incômoda posição exemplificada pelo mestre Montoro.

Quem compara o Brasil ao Reino Unido, França e Itália, não deve se esquecer que somos 184 milhões, enquanto os reinunidenses, franceses e italianos são apenas 60 milhões cada. A comparação seria mais justa com a Rússia, de 141 milhões. Quem fica com um pedaço do “bolo” cortado em 184 milhões de partes, não restará tão satisfeito quanto aquele tiver um “naco” de outro, do mesmo tamanho, picado em 60 milhões.

A posição de dono de metade do poder de compra do continente também pouco ou nada importa ao povo. Se procurarmos a renda “per capita”, que é o PIB por habitante, encontramos o brasileiro em quinto lugar, atrás de Chile, Venezuela, Uruguai e Argentina.

Em vez de festa pelo “excelente desempenho” e de esquemas para arrecadar cada vez mais, o governo deveria preocupar-se em desonerar e incentivar a produção e criar condições para o empresariado, único responsável pelo crescimento do bolo produtivo nacional, poder ampliar seus negócios com um mínimo de segurança, gerar empregos e criar condições objetivas para o bem-estar da população.

Estatísticas e discursos não enchem barriga. Pouco adianta ter um bolo grande se, na hora de repartir, não sobrar um pedaço suficiente para matar a fome de cada participante da festa...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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