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Opinião
26/12/2007 - 18h13
A educação e a exclusão social
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Escandaliza a consciência nacional saber que, ao final de oito anos de estudo, os jovens sabem como se tivessem ido à escola por apenas cinco anos. Essa triste constatação, contida na pesquisa do sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, consultor da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, Ciência e a Cultura (OEI), mostra que algo precisa de urgente conserto. O desalento reforça-se quando se verifica, na própria pesquisa que, apesar da ultrajante desinformação do alunado, usado para uma vergonhosa estatística, a “produção” do setor é surpreendentemente considerada positiva porque reduz o número de analfabetos declarados.

Em vez de roncar essa repugnante vitória obtida com os enganosos bons números de jovens na escola, as autoridades deveriam preocuparem-se em oferecer-lhes a verdadeira escola de qualidade. Para isso, teriam de remunerar bem os professores, evitando que trabalhem nos três períodos do dia, e tenha tempo para viver e reciclar seus conhecimentos e didática. Não poderiam esquecer, também, de oferecer instalações adequadas, segurança ao redor e oportunidades de trabalho e renda aos pais dos alunos.

Quando o aluno recebe ensino de má qualidade, o resultado pode ser pior do que se fosse deixado na escuridão da ignorância. Corre o risco de portar um diploma e não ter o que dele fazer dentro do mercado de trabalho cada dia mais especializado e exigente. Não basta produzir números supostamente positivos, sem levar em consideração que, no mundo moderno, o analfabeto funcional é mais prejudicial do que o que não sabe ler e escrever.

O jovem do século XXI necessita de educação básica e clássica tanto quanto os do século passado, quando ainda éramos um país tipicamente rural ou “em industrialização”. Mas não pode abrir mão da educação profissionalizante, até tecnológica, que lhe abra caminho para mexer nos computadores, robôs e demais geringonças automatizadas que a cada dia avançam, desafiadoras, ao encontro do povo. Quem não estiver preparado para isso, corre o risco de, no futuro, não conseguir nem dar descarga na privada da própria casa.

Não bastasse o ensino de oito anos que vale só cinco, a pesquisa mostra que o Brasil possui 7 milhões de jovens totalmente excluídos, que não conseguem emprego porque não estudam e não estudam porque não conseguem emprego. Até por uma questão de física e cronologia, o jovem é o futuro do país, queiram ou não. Mesmo que não quiser, o fardo da responsabilidade, um dia, lhe será colocado às costas. Negligenciar sua formação é extrema covardia, cujos (i)responsáveis, ainda serão exemplarmente cobrados pela sua omissão e falta de visão e compromisso com o país.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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