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Opinião
09/01/2008 - 05h32
Violência, uma grande ferida dentro da sociedade
Elizabeth Misciasci
 

Deveríamos entender que podemos e devemos tentar ao menos, mudar nossa postura dentro da sociedade, sendo agentes transformadores.

Se passarmos a olhar o que vem acontecendo com o País, de forma prestativa e não apenas crítica, porque temos interesses que não devem ser ignorados, ou apenas percebidos, quando nos afeta, conseguiremos com certeza, mudar um pouco a realidade atual. Somos sim, responsáveis, por uma parte relevante de uma problemática, que aparentemente se demonstra irreversível e totalmente sem alternativas, problemática esta, que se chama violência.

É muito fácil dizer que lugar de bandido é na cadeia e gratificante se torna, quando tomamos ciência de que mais uma prisão foi efetuada. Contudo, o problema jamais será sanado se "conceitos e atitudes" não forem modificados, pois aprisionar alguns (sem entrar no mérito do caráter delituoso) não inibe e nem inibirá os altos índices de violência que tendem a aumentar. Os problemas são muitos e o tema está muito além das grades.

Falar sobre esse assunto é algo que muitos pensam ser desnecessário, ou preferem manter a "neutralidade" com indiferença e hipocrisia.

A grande parte da sociedade (às vezes até sem conhecimento), é inerte quando se aborda o assunto, uns proclamam pregações pessoais em cima daquilo que desconhece ou não quer nem por "brincadeira" conhecer.

Interessante a maneira que a civilização "aberta" aponta e denigre, mas não questiona nem nada faz para mudar as tristes realidades que assolam o País.

Dizer que evoluímos é na verdade real, mas pode se tornar uma infeliz e dúbia afirmação no aspecto que tange a criminalidade, pois houve o avanço da tecnologia e em outras áreas da ciência, mas se tratando da resolução mesmo que em longo prazo do gritante aumento do índice dos crimes praticados, torna-se complexa a afirmativa. O perfil do agente delituoso, a variedade de crimes, as formas e razões pela qual estão sendo praticadas, as penas aplicadas, que seguem com rigor nosso Código Penal e Código de Processo Penal, evidenciam, que não "saímos do lugar", ou melhor dizendo, nos tornamos arcaicos e impotentes enquanto o crime se organizou equipadamente, assim sendo, regredimos.

Por mais que muitos falam que lugar de bandido é na cadeia, difícil são aqueles que vão até lá, ver de perto o que, e em quais circunstancias se mantém alguém encarcerado...

A realidade é outra, bem diferente das que são relatadas por vários veículos de comunicação, e aprisionar apenas, jamais será solução para os problemas.

Existem feridas dentro da sociedade e estas começam normalmente dentro de uma outra violência, e em milhares de casos na infância, às vezes até no útero materno e num círculo vicioso vão se estendendo com o decorrer do tempo. A miséria, a fome, a falta de instrução, o desamparo, o desafeto, a ignorância, o desemprego, somados com a corrupção, parcialidade, indiferença são em grande parte responsáveis sim pela violência, pois há casos em que a insanidade é a única responsável pelo delito.

Não estamos "justificando", mas não podemos vendar os olhos e tapar os ouvidos diante de tanta escassez, e diferença de classes sociais.

Não se trata aqui de polemizar partidariamente ou conceituar alguém, ou algum órgão prejulgando, mesmo porque, não assistem razões para que se discorra sobre a criminalidade como mais uma apelação pobre de entidade social. O objetivo deste artigo é prestar informações de caráter público e como no início digo: - que somos em grande parte responsáveis por lamentáveis e míseras situações que assolam o País, é porque temos até como um direito de cidadania, que expor sim o mundo dos cárceres e milhares de motivos que superlotam os mesmos.

Por que escondermos a realidade? Por que é feio? Ou pelo fato de sermos imperdoavelmente irresponsáveis para com os nossos semelhantes?

Talvez essa resposta eu nunca tenha, mas uma única certeza sim, enquanto superlotarmos presídios com a idéia de que quem lá está jamais sairá, ou que cadeia deve ser um porão para abrigar bichos, rotulando todos e pedindo punições cada vez mais severas, e muitas vezes arbitrárias, assumindo apenas o papel de cobradores de atitudes, sem posturas diante dos problemas sociais que realmente necessitam de uma atenção emergencial, jamais conseguiremos colocar um basta ou diminuir índices negativos e dolorosos que atingem toda a população, e estes sem dúvidas, são, e continuarão sendo responsáveis pela criminalidade; e a criminalidade é em grande parte filha da miséria e da omissão.

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