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SEÇÃO
Crônicas
10/01/2008 - 14h33
Sam e Manú
Karen Oliveira
 

Sâmala Luna tem 24 anos e Manuela Lima 26. Elas se conheceram em uma agência da Caixa Econômica Federal em Maceió, onde trabalharam juntas por um tempo. Uma é baixinha e gordinha e tinha um longo cabelo vermelho, que agora está curtinho e escuro, ressaltando ainda mais seu sorriso largo e seu jeitinho de criança. A outra é alta e magra, tem um jeito invocado, muita presença de espírito e uma força latente em cada gesto e palavra. Elas eram muito amigas.

Sam teve muitos namorados, se apaixonou e sofreu algumas vezes, mas nunca perdeu a esperança nem se desesperou para encontrar um grande amor. Ela ficava com um amigo de vez em quando e por vezes chegou a dizer que o amava. Manú não tivera muitos namorados, se interessava por outras coisas e fazia faculdade de ciências contábeis.

Sâmala fazia Relações Públicas em uma universidade federal e começou a trabalhar. Já pensava em sair de casa e teve uma briga com o pai, mas sua madrasta pediu para que ela ficasse. Só que Manú, que mora com um tio e a avó, deu todo o apoio para que ela fosse morar em sua casa, em uma cidadezinha alagoana. Sam trancou a faculdade e lá se foi...

As duas se entendem muito bem, combinam em tudo e parecem se completar. Vivem um amor tão bonito e diferente de tudo o que eu já vi. Andam nas ruas de mãos dadas e se tratam por apelidos carinhosos. Parecem não se preocupar com o preconceito que as rodeia e certamente não sentem falta dos "machões" que estão por aí.

Manú é ciumenta e sempre diz que Sâmala é linda, vendo despontar de seus lábios um doce e apaixonado sorriso. Elas dificilmente discutem, mas já se envolveram em algumas confusões com pessoas que discriminaram sua união. Manú quase bateu em um rapaz que chamou Sâmala para dançar e que tentou ofendê-la, já que ela recusou o convite.

Quando elas passam, os olhares se confundem, seus olhos se amam e os dos outros as odeiam e enojam, mas seu grande amor é cego e capaz de superar tudo. Um dia desses as encontrei em um show, foi tão bom revê-las, poder conversar e saber das novidades. Em meio à multidão, elas dançavam, bem agarradinhas, e se beijavam, como em uma estória de amor que ninguém jamais ousou contar.

Mesmo com todo aquele barulho dava até para ouvir as juras de amor e perceber o quanto as duas eram felizes, juntas. Desafiando a hipocrisia da sociedade elas flutuavam, embaladas pela música e pareciam estar em outro planeta. Sâmala saiu do emprego e vai voltar para Maceió e para a faculdade e provavelmente Manú virá também, já que trabalha na capital. As duas já estão procurando um novo lar, onde, quem sabe, de alguma forma, constituirão sua família.

E o que muitos acham nojento, feio e estranho, para elas é amor. Sâmala Luna, Manuela Lima. Manuela Luna, Sâmala Lima. Finalmente Sâmala Luna Lima e Manuela Lima Luna.


Nota do Editor: Karen Oliveira é jornalista.

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