Dizer que o Brasil é o país disso e daquilo é muito pouco. Temos uma alma superabundante e que se agiganta nos momentos mais difíceis. A Terra de Santa Cruz, um dos nossos primeiros nomes, conseguiu em poucos séculos chamar a atenção de nações milenares e impressioná-las pela exuberância de sua natureza e o encanto do seu povo. De onde vem tudo isso? É possível encontrar resposta no salmista sagrado: "Feliz a nação cujo Deus é o Senhor!" (Sl 33,12) Os estrangeiros costumam questionar: "Por que vocês são tão alegres, tão entusiasmados? Por que têm esse brilho nos olhos?" Muitas vezes, a resposta não vem de pronto. Mas, depois de alguns minutos, começa a brotar um sorriso no canto dos lábios. Já me fiz a mesma pergunta em diversos momentos. Quando constato a pobreza em que vivem tantos irmãos e, ao mesmo tempo, como mantêm a vitalidade da alma, a confiança e a esperança em Deus, recordo o salmista. Quando vejo nossas Igrejas freqüentadas dia e noite por idosos e jovens, à procura de adoração, confissão ou missa, recordo o salmista. Também o recordo naqueles que vivem à margem de uma prática religiosa, mas que, apesar disso, trazem em seus atos as características da Santa Cruz de nosso Senhor: doação ao outro, solidariedade, generosidade, voluntarismo, simpatia. Somos marcados por um Espírito que nos distingue das demais nações, isto é certo. Seguramente, naquela primeira Missa celebrada em nosso solo, o Senhor Deus derramou o seu Espírito abundantemente sobre esta nação. Temos muitos problemas, sem dúvida. Não devemos nem podemos nos iludir. Mas, o que nos torna admiráveis é a nossa raiz. Somos filhos de uma nação cujo "Deus é o Senhor" e isto deve sempre ser lembrado por nós. Ser um povo que teme ao Senhor é fonte de muitas riquezas e é o que faz a diferença. Nota do Editor: Ronaldo Silva é membro da Comunidade Canção Nova (www.cancaonova.com).
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