O Ministério Público precisa tomar providências para acabar com essa máfia dos concursos públicos. Antes, elaborados com o único propósito de regulamentar o preenchimento das vagas em cargos oficiais, paulatinamente foram deturpados, transformando-se muitas vezes em um empreendimento lucrativo, graças ao recolhimento das taxas de inscrições pagas por milhões de brasileiros que tentam sair da longa e dolorosa fila do desemprego. Para que se tenha uma idéia da realidade por trás dos concursos públicos, podemos exemplificar com o concurso feito em 2007 pela CHESF (Companhia Hidroelétrica do São Francisco), que teve quase 900 mil inscritos. Desses esperançosos candidatos, cerca de 350 mil foram aprovados, e passaram a esperar o chamado da empresa. O problema é que como a CHESF tem 5.500 funcionários, mesmo que se admita a absurda hipótese de que anualmente haja a substituição de 50% do quadro funcional, o último colocado na lista de aprovados só seria chamado dentro de 127 anos.
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