É muitíssimo provável que o leitor não tenha a mínima idéia do que esteja escrito aí acima, servindo como título a este artigo. Vamos explicar, portanto. DVD é a sigla internacional para designar os discos versáteis digitais hoje disponíveis para armazenar imagens. CF é a Campanha da Fraternidade promovida anualmente pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, cujo tema, nesta quaresma, é "Fraternidade e defesa da vida". E CDD é a organização Católicas pelo Direito de Decidir, entidade abortista que a macaquice nacional copiou da organização norte-americana Catholics for a Free Choise, o que, traduzido literalmente, dá na tal CDD brasileira. A estas alturas, portanto, o leitor deve estar se indagando que relação possa existir entre o DVD motivacional de uma Campanha da Fraternidade que tem por tema a defesa da vida e uma entidade abortista. O pior é que tem. O pior, muito pior, é que tem. Foi um artigo do Olavo de Carvalho, publicado no Jornal do Brasil, com o título de "Meras coincidências", que me levou ao tema. Nesse texto, o autor mencionava uma série de relações promíscuas entre organizações religiosas católicas e a CDD. A última, a mais escabrosa de todas, se expressava numa denúncia: o DVD da CF 2008, à venda nas livrarias católicas do país, com logotipo da CNBB e tudo mais, continha uma entrevista com a líder das Católicas pelo Direito de Decidir. Ou seja, uma Campanha da Fraternidade em defesa da vida, dava voz e vez às abortistas! Trata-se de uma conjugação satânica de fatos. De um lado porque as madames da CDD nada têm de católicas posto que selecionam pontos centrais da doutrina da Igreja para contra eles investir, dando a impressão, entre outras abominações, de que a defesa da vida é uma questão aberta e polêmica dentro da Igreja. De outro porque a CDD ocupa, hoje, em São Paulo, numa promiscuidade inaceitável, o mesmo prédio onde está situada a sede da Regional Sul 1 da CNBB, pertencente à Ordem dos Carmelitas. De outro, ainda, porque o tal vídeo foi produzido pela Verbo Filmes, organização ligada à Congregação do Verbo Divino. Quando espocaram as denúncias sobre o DVD, a CNBB mandou recolher as cópias remanescentes e foi produzida uma segunda edição, agora sem defesa do aborto e sem críticas ao magistério pontifício. Ufa! Mas é pouco. Já passou da hora, como reclama o valente padre Luiz Carlos Lodi da Cruz (www.providaanapolis.org.br), de a CNBB puxar, publicamente, as orelhas das instituições religiosas que se envolveram com essa turma. E de, a exemplo do que fez a Conferência Episcopal dos Estados Unidos, colocar as militantes da CDD no seu devido lugar: o de membros de uma organização cavilosa e traiçoeira. Travestem-se de católicas para passar bem a serviço do mal. Nota do Editor: Percival Puggina (www.puggina.org) é arquiteto, político, escritor e presidente da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública.
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