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Opinião
01/02/2008 - 07h09
E a responsabilidade pessoal?
Mozana de Amorim Santos - Pauta Social
 
Saber o "que nos cabe nesse latifúndio" é mais urgente do que parece

Há muitos anos, uma discussão sobre a responsabilidade de cada um de nós no futuro do planeta soaria piegas. Hoje, entretanto, vivendo o auge de uma crise econômico-sócio-ambiental que só se agrava, falar sobre o “que nos cabe nesse latifúndio” é mais urgente do que pode parecer. A necessidade de que atuemos de forma efetiva na nossa comunidade, no meio ambiente, na política, na família, no sentido de reverter as práticas violentas (não apenas as físicas, mas que se dão de tantas outras formas) é inconteste. Mas como podemos estabelecer esse nível de entendimento?

Gandhi dizia que devemos ser o que desejamos ver no mundo. E ele sabia a profundidade do que pregava. Mais e mais, podemos observar que a violência crescente brota antes das nossas mentes e atitudes para se fixar no plano da ação em seguida. Sendo assim, cada vez mais é possível acreditar que podemos conter esse ’vírus’ que se alastra em todos os locais. O poder está em nós. É sério perceber que vimos perdendo a capacidade de estar perplexos diante de assassinatos com causas tão absurdas quanto inaceitáveis, o uso de drogas em jovens cada vez mais jovens, o desrespeito à ética, aos valores; à Natureza, da qual somos parte integrante e não superiores; e à nossa própria essência.

Somos violentados todos os dias e não nos damos mais conta disso. Parece que ficamos cada vez mais distantes do que somos efetivamente: humanos. O princípio da humanidade pressupõe o entendimento da sensibilidade, da empatia e da visão do outro como elemento fundamental da minha própria história. E aonde estamos guardando tudo isso, senhores? Ou melhor: para quando estamos guardando tudo isso? Enquanto não buscarmos as respostas ou não trouxermos à baila tais questões, ficaremos patinando na responsabilidade que atribuo ao outro pelo mundo que quero ter. É bem certo que uma só pessoa pode não mudar todo esse cenário, mas pode sem dúvida contribuir para que as transformações venham, caminhem, aconteçam.

Será que não podemos acordar nossa esperança em um mundo melhor? Mais digno de dentro para fora? Pergunto: qual foi a última vez em que você ousou se olhar no espelho sem buscar as gordurinhas excedentes ou as linhas do tempo que surgiram nos últimos anos? Mas, em vez disso, buscando a sua humanidade, seu caráter, seu valor como ser vivente? Viu, só?! Estamos estranhos para nós mesmos. E esse estranhamento se reflete no mundo aqui fora, no modo como nos relacionamos com as pessoas e situações. Não venho aqui oferecer respostas, mas oferecer a chance magnífica da dúvida. O direito de pensar diferente sobre o que nos acomoda e, por isso, conforta. Mas, é passageiro, acaba logo. E precisamos de soluções sustentáveis. As empresas precisam dessas saídas. Nós também.

Ainda há muitas pessoas que não se sentem tocadas pelo grau de seriedade da situação global que vivemos. Isso, no entanto, não lhes tira o tanto de responsabilidade que lhes cabe pelo simples fato de fazer parte. Agora não basta que não ’façamos mal a ninguém’. É preciso que façamos mais, que façamos o melhor possível. Por nós mesmos e pelo nosso mundo. Um Pequeno Príncipe descobriu há muito tempo que "tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". E quanto nós já cativamos ao longo da nossa estada aqui no planeta Terra? Quanto já impactamos a vida de outras pessoas e a própria natureza com nossas atitudes e sentimentos? Mais do que cuidar da coleta seletiva, da inclusão social, da democratização da educação que são todas fundamentais e valiosíssimas, precisamos cuidar das nossas rosas, como fez o Pequeno; revolver os nossos vulcões, mesmo os adormecidos, buscar novas respostas para a pergunta que não quer calar: e o que eu tenho haver com isso?


Nota do Editor: Mozana de Amorim Santos é publicitária com especialização em gestão de pessoas. Atua no 3º Setor e dá aulas sobre Responsabilidade Social e Voluntariado.

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