Pais devem manter a rotina alimentar das crianças e bebês e evitar a exposição a ruídos altos
Folia, diversão e muita festa fazem parte dos quatro dias de carnaval. Mas não é só isso, cuidar da saúde também faz parte da rotina. Para pular todos os dias de festa é preciso cuidar da alimentação, principalmente das crianças. "É importante lembrar que o hábito alimentar dos bebês e das crianças, mesmo nessa época, deve ser mantido, pois precisam continuar a consumir alimentos saudáveis, que são importantes para o crescimento e para evitar doenças", afirma a nutróloga Beatriz Manzochi, coordenadora técnica da Baby SIN - Sistema Inteligente de Nutrição. A especialista explica que até o primeiro ano os pais devem seguir a rotina alimentar sem exceções. Acima dessa idade, as crianças já podem começar a comer junto com a família, porém sem desrespeitar a textura dos alimentos, para uma melhor mastigação. "Até os seis meses é ideal que o bebê se alimente apenas de leite materno e, depois, pode começar a acrescentar outros alimentos", explica a especialista. Entre seis meses e um ano é necessário evitar temperos fortes e salgados, alimentos gordurosos, com conservantes, corantes e também o açúcar. "Para que a criança não se habitue a comer doces, a ausência de açúcar nas refeições é essencial, pois ela pode optar pelas guloseimas e deixar de comer o que realmente importa para sua formação", orienta. Abaixo de um ano, o leite de vaca e seus derivados também devem ser evitados, pois são de difícil absorção pelo bebê. "O bebê triplica de tamanho no seu primeiro ano de vida, ou seja, está em plena formação, e quando encontra algum alimento difícil de ser absorvido, pode ocorrer um microsangramento intestinal e as chances de uma anemia aumentam, podendo prejudicar o seu crescimento", considera a nutróloga. É importante que a alimentação do primeiro ano de vida seja variada, pois está ocorrendo o desenvolvimento e amadurecimento das papilas gustativas e, portanto o paladar da criança está se desenvolvendo. "Se os sabores não forem variados, provavelmente teremos uma criança com dificuldades em experimentar ou aceitar sabores diferentes", comenta. Depois de um ano de vida a criança pode comer outros alimentos, como bolos e iogurtes, com devido controle do açúcar. "Os alimentos devem ser macios e picadinhos, seguindo o crescimento dos dentes, pois o bebê ainda mastiga com a gengiva", observa. "Os hábitos alimentares são formados na primeira infância, até os seis anos, e serão levados para toda a vida", acrescenta a Drª Beatriz. O apetite do bebê e da criança varia conforme o dia e a especialista ressalta que os pais podem respeitá-lo, porém sem substituir uma refeição por outro alimento menos saudável, como bolachas ou doces. Ela recomenda que a criança coma a quantidade desejada e espere a próxima refeição, pois é normal que o bebê coma melhor em um dia ou outro. Segundo ela, até os dois anos a criança precisa comer de três em três horas e depois, quando sente fome, já é capaz de pedir para se alimentar. Outro cuidado está na ingestão de gorduras. "Até os seis anos acontece a multiplicação de células de gordura e depois aumenta apenas o tamanho delas. Isso significa que se a criança consumir gordura em excesso nessa fase, as chances de obesidade serão maiores", esclarece. Além disso, os pais devem ter bons hábitos alimentares. "A família é o melhor exemplo para a criança, que, quando observa os pais se alimentando de forma saudável, se sente mais motivada", comenta a especialista. "Os pais que reservam um dia na semana para as guloseimas podem estar agindo de forma inadequada, pois com isso as crianças valorizam mais ainda os alimentos que não são saudáveis", esclarece. "Quando há uma interrupção na rotina das crianças, comum durante as festas de fim de ano, é pouco provável que os pais consigam voltar aos bons hábitos", acrescenta. Barulho em excesso pode causar danos à audição das crianças Pais devem ficar atentos também aos altos ruídos, comuns em shows e trio-elétricos, e que podem trazer danos, muitas vezes irreversíveis, à audição. Todos os ruídos com intensidade maior que 85 decibéis, que equivale a um grito, são considerados prejudiciais ao ouvido. E quanto maior a intensidade e mais repetitivo for o som, maior será o dano às células ciliadas da cóclea (órgão responsável pela audição sensorial), podendo levar até à surdez. Durante o carnaval, é comum que os trio-elétricos ultrapassem o limite de 85 decibéis. O otorrinolaringologista do Hospital Iguaçu, Dr. André Ataíde explica que quanto mais alto for o som em um local, menos a pessoa poderá permanecer nele. "O indicado para uma pessoa é ficar, no máximo, 8 horas num ambiente no qual o som seja de 85 decibéis e, quando essa intensidade sobe para 100 decibéis, é pior ainda; só pode ficar nesse ambiente por uma hora", enfatiza. Uma forma de prevenir problemas auditivos é manter-se a uma distância segura do barulho e até, se necessário, usar protetores auriculares ou mesmo proteger o ouvido com as mãos. Um dos primeiros sintomas de que algum dano ao ouvido é o zumbido no ouvido. Entretanto, muitas vezes a pessoa já tem a sua audição prejudicada e não se dá conta do problema. "Há muitos casos da deficiência leve que só são descobertas após um exame específico", alerta o especialista.
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