É impressionante o cinismo do presidente George Walker Bush ao afirmar que a prática de simulações de afogamentos em prisioneiros detidos na Base Militar de Guantánamo, tal como tem sido feito pelo exército norte-americano para obter informações, não é tortura, mas sim uma "técnica de interrogatório". Extrapolando esse ridículo raciocínio, todos os grandes torturadores da história poderão utilizar essa desculpa esfarrapada como forma de contestação. Fico imaginando os defensores da inquisição, do nazismo, das ditaduras latino-americanas, asiáticas e africanas, alegando que espancamento, pau-de-arara, cadeira do dragão, choque elétrico, sevícias sexuais e outras barbáries impostas aos prisioneiros políticos, não eram torturas, mas "técnicas de interrogatório". Dois ditos populares explicam bem essa situação: 1) "Pimenta nos olhos dos outros é refresco"; 2) "Para quem é mal-intencionado qualquer desculpa serve". Ainda bem que a era Bush está com os dias contados...
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