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SEÇÃO
Crônicas
08/02/2008 - 17h51
Limão azedo
Adilson Luiz Gonçalves
 

Outro dia, um amigo comentou comigo que não conseguia entender porque as pessoas vivem tão "armadas". Ele não se referia ao porte de armas brancas ou de fogo, mas aos espíritos armados, desses que andam pelas ruas ou dirigem seus carros cheios de pedras na mão, com olhar ameaçador; chutando cães e gatos; distribuindo mau humor e agressividade; incapazes de reagir positivamente mesmo a um sorriso de bebê.

Refleti bastante sobre o que ele disse, procurando analisar meu próprio comportamento. De fato, há dias que a paciência sai de férias ou se quer sumir do mapa, fechar para balanço... Ninguém é de ferro! Até as personalidades mais equilibradas e santas têm seus momentos de tolerância zero.

O problema não é o extravasar, mas sim como se extravasa! Tem a ver com a pressão sofrida e a capacidade de suportá-la, controlá-la ou ignorá-la, sem respingar magma para todo o lado.

Mas, voltando à queixa de meu amigo, parece existir tanta desconfiança e prevenção entre as pessoas, que, às vezes, até manifestações de boa educação e cortesia são mal recebidas.

Desde adolescente sempre tive o hábito de ceder lugar, em meios de transporte coletivos, ou passagem para crianças, idosos, grávidas e mulheres em geral. Uma vez, ao fazê-lo para uma jovem, recebi dela o seguinte comentário: "Mas que atitude machista"!

Esse tipo de espírito armado, preconceituoso por princípio, também desconfia de ajuda gratuita, honestidade, franqueza e bondade; tem medo de receber e fazer perguntas; faz de conta que não ouve, olha para o lado e pensa: "Xiii... Esse cara está com segundas intenções...".

Infelizmente, o cotidiano das cidades confirma que, em muitos casos, isso é verdade. A população se divide em gatos escaldados e lobos em pele de cordeiro. O resultado é que as pessoas estão perdendo a sensibilidade e até a humanidade.

Francamente, é impossível viver o tempo todo numa redoma! Isso consome muita energia, esgota, faz envelhecer mais cedo! Quem persiste nesse padrão de vida acaba virando mais um na estatística da solidão das cidades, ou forma mais uma tribo ou gueto.

Praticar cortesia: dizer bom dia a um subalterno ou superior; ceder passagem ou lugar a quem tem necessidades especiais; sorrir, respeitar e dialogar é a melhor forma de prevenir e combater o mau humor e a depressão, próprios ou dos outros. E não pense que fazer isso é um sinal de fraqueza. Fraco - e imbecil - é quem faz uso desnecessário ou irracional de inteligência ou força para amedrontar inocentes, mostrar que manda ou simplesmente “manter a fama de mau”.


Nota do Editor: Adilson Luiz Gonçalves é escritor, engenheiro, professor universitário (UNISANTOS e UNISANTA) e compositor. Cursa Mestrado em Educação (UNISANTOS). E-mail: prof_adilson_luiz@yahoo.com.br.

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