Agora ficamos todos procurando os culpados do fracasso do nosso Carnaval. O fracasso não foi apenas o Carnaval, salvo os dias de Réveillon, ou pelo menos de 27/12 à 19/01. Uma temporada de 24 dias. Agora ficamos torcendo pelo tempo bom nos poucos feriados do primeiro semestre. Nada teremos no segundo. Praia e sol, é isso aí, o culpado foi São Pedro. Mas de quem é a culpa de termos apenas praia e sol? De Felipe, de César? Não!!! Foram mais de 5 (cinco) administrações que presenciei, nenhuma delas se preocupou no desenvolvimento sustentável de nossa Cidade. A culpa é nossa, toda nossa, do trade, das comunidades em geral, do povo ubatubense. Afinal somos nós que elegemos, somos nós que ficamos omissos quando o Ministério Público tira a música ao vivo dos quiosques, somos nós que ficamos omissos quando se retiram as cadeiras e mesas da praia, claro que houveram exageros, mas estes acabaram sendo dos dois lados. Nem tanto o céu nem tanto a terra. Ficamos omissos quando alguém apresenta um projeto para o desenvolvimento do turismo para se criar outros produtos para serem vendidos fora da temporada, algo diferente de praia e sol. Não se reúne aqui mais de 10 pessoas nem para distribuir presentes. O trade se reuniu uma vez por causa da dengue, e daí? Depois que o caldo havia entornado? De que valeu? O próprio Conselho Municipal de Turismo rejeitou a proposta da parceria da Associação Comercial X Sebrae X Setur para a aplicação dos projetos de Desenvolvimento Turístico Receptivo que propomos, enquanto não se tivesse um Plano Municipal de Turismo. O Conselho nunca questionou o fato de Ubatuba ter se desligado do Circuito Litoral Norte Paulista, nunca questionou o fato de não participarmos de Feiras de Turismo. Mas não me venham dizer que a culpa é deste ou daquele, o fracasso ou o sucesso de praia e sol sempre será atribuído a São Pedro. Praia e sol se vende apenas no verão. Faltam-nos portanto produtos turísticos perenes, aqueles que ficam nas prateleiras das agências e operadoras de turismo. Mas isto só se faz com todas as comunidades reunidas. Turismo não tem máquina para ser feito, é a única indústria que não pode substituir o operacional pela máquina, é por isso que emprega, mas é necessária a qualificação. Estamos muito, mas muito longe do desenvolvimento sustentável nesta Cidade. Turismo começa pela sensibilização e pela capacitação coisa que se começarmos agora só teremos daqui a alguns anos. Mas a proposta foi feita há três anos atrás. Associação Comercial e Setur se propuseram a ajudar, não da forma que seria necessária pois não tinham infra, mas se tivéssemos o trade, pois as comunidades da região sul, bem como da Cachoeira dos Macacos estavam presentes, e esperançosas, afinal haviam entendido que dali poderiam sair muitas oportunidades de emprego e renda. Se tivéssemos o trade... Fernando Pedreira marviradosorvete@uol.com.br
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