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Opinião
18/02/2008 - 09h01
Tropa de Elite
Adilson Luiz Gonçalves
 

O filme “Tropa de Elite” é terrível: um soco no fígado mais dolorido do que o “oscarizado” “Traffic”.

Ele é nauseante, frenético, um dos melhores filmes de ação que já vi! Um dos melhores filmes nacionais que já assisti!

Há momentos em que a gente não quer ver mais nada, mas, ao mesmo tempo, é impossível não ser absorvido pelo roteiro, pela agilidade da câmera, pelas interpretações excepcionalmente convincentes dos atores. E que safra maravilhosa: a começar por Wagner Moura!

Todo o universo do tráfico está lá: os que vendem, os que compram, os que se vendem e os poucos que o combatem de fato.

Ele mostra como a juventude pode ser facilmente aliciada pelo tráfico; o ridículo dos que usam drogas como uma forma de enfrentar o sistema, quando é desse tipo de alienação que ele se nutre e prolifera. Afinal, a juventude destruída não ameaça o status quo.

O pior é que a introdução ao vício normalmente é feita por “amigos”, que geralmente “sobrevivem”, enquanto os que recebem essa “amizade” descem aos infernos. Começa com o cigarro, em seguida vem o álcool e, depois, ladeira abaixo...

Em outro vértice desse polígono de dominação perversa, o filme estigmatiza a polícia comum, que é apresentada de forma deprimente: mal aparelhada, mal remunerada, mal gerida. Isso é condição, tradição ou projeto?

Contra tudo isso, o filme mostra um BOPE carioca implacável, extremamente violento como a ROTA paulista de outrora. Isso preocupa quando pensamos em tal poder nas mãos erradas. Mas de que outra maneira é possível enfrentar alucinados cruéis e sanguinários, que aliciam e viciam crianças; que as iniciam no crime?

Nesse sentido, mais do que a repressão violenta ao crime, o que assusta é saber que políticos se associam ao tráfico para financiar suas campanhas; que corruptos nos esbofeteiam e sufocam diariamente; torturam e matam sem piedade apenas para se “darem bem”; que leis penais frouxas permitirem a proliferação do crime organizado.

Se existem soluções radicais é porque as causas não foram combatidas no tempo devido e por quem de dever, muito mais que de direito. Por isso viraram epidemias! Nesse contexto, o BOPE não é mostrado como cura, mas remédio que elimina a doença junto com o doente: único temor e terror dos marginais fora de seu círculo multiplamente vicioso. Sem ele os marginais teriam medo de quê?
O BOPE é uma conseqüência de políticas públicas; de pais que fecham os olhos para os passos de seus filhos; e de jovens que confundem liberdade com burrice.

Por tudo isso, se a Tropa de Elite carioca é como no filme, vale perguntar, embora ainda chocado com as cenas: qual é a alternativa imediata e efetiva para tornar esse modelo repressor desnecessário?

Longe de atribuir-lhes ares quixotescos, o fato é que esse tipo de policial parece estar só numa guerra que afeta a todos nós.

É por isso que Tropa de Elite incomoda, mas é imperdível!


Nota do Editor: Adilson Luiz Gonçalves é escritor, engenheiro, professor universitário (UNISANTOS e UNISANTA) e compositor. Cursa Mestrado em Educação (UNISANTOS). E-mail: prof_adilson_luiz@yahoo.com.br.

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