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Opinião
19/02/2008 - 18h12
A renúncia de Fidel
Rodrigo Constantino - Parlata
 

Acordo e a primeira notícia que escuto na televisão fala sobre o fim da era Fidel Castro em Cuba. Comemorei por alguns instantes, acreditando que o genocida finalmente havia batido as botas. Mas não era tão bom assim. Vaso ruim demora a quebrar. Era apenas a renúncia de El Coma Andante, com 81 anos e após quase meio século de abuso de poder, deixando um enorme rastro de desgraça na ilha-presídio.

Pode ser um começo de novos tempos, a tão esperada transição para a democracia. Mas nada garante isso, pois o poder foi passado como se transfere um feudo. Cuba é propriedade de Fidel Castro, como um carro é propriedade do seu dono. O povo cubano é formado por escravos, e não está certo que isso mudará rapidamente. Pelo contrário: ao que tudo indica, o irmão do ditador poderá assumir o poder.

Escutei a notícia através da Globo News, teoricamente um canal para pessoas mais esclarecidas. Digo teoricamente pois na prática o ditador assassino é tratado como presidente até por este canal. A reportagem tratou Fidel da seguinte maneira: "para alguns um herói, para outros um ditador". Como assim?! Um genocida pode ser visto como herói por alguns, como Hitler, Stalin e Mao foram. Existem muitos dementes no mundo. Mas que era um ditador, isso é um fato! Não é uma questão de opinião, de gosto pessoal, tal como a preferência por uma cor. Fidel Castro era o mais antigo ditador no poder, ponto. Se até um canal de notícias, focado no público mais educado, parte para um relativismo tosco desses, o que esperar dos demais veículos de comunicação? No Brasil, a mídia doutrina, tal como as universidades. O ditador genocida é tratado como presidente, e reconhecer sua ditadura passa a ser uma simples questão de gosto. Um Engov, por favor!

Mas não foi só isso. A reportagem disse que Cuba passou por uma fase de prosperidade durante os anos 1980, com a ajuda financeira da União Soviética. Prosperidade?! Esses jornalistas precisam rever urgentemente seus conceitos. Sim, Cuba conseguiu sobreviver com as bilionárias mesadas soviéticas, mas não longe da miséria. O feudo comunista sempre foi miserável, não obstante toda a ajuda de fora, antes da União Soviética e depois de Hugo Chavez. Aliás, esse é o resultado inexorável do comunismo. Não há como ser diferente. Comunismo significa miséria, escravidão e terror. Foi assim em Cuba, na União Soviética, China, Camboja, Coréia do Norte etc. Onde as idéias comunistas vingaram, tivemos o caos.

Após praticamente meio século matando e gerando miséria, Fidel Castro resolve que está cansado demais para exercer o poder. Que ato nobre! O ditador abre mão da "presidência", exausto e perto do fim da vida. Quando Pinochet morreu, o presidente Lula disse que chegava ao fim uma "longa noite" na América Latina. Lula "esqueceu" que Cuba ainda é uma ditadura, a pior de todas, a mais cruel e miserável. Lula "esqueceu" também que admira muito o ditador Fidel Castro, e que é seu parceiro no Foro de São Paulo. Esquerdistas são assim mesmo: dois pesos e duas medidas. E por falar em Lula, o presidente garantiu que Fidel Castro estava com a saúde impecável, pronto para voltar ao poder, quando visitou o comandante. Ali estava selado o fim da ditadura de Fidel. Espero que Lula diga agora que Fidel terá uma longa aposentadoria pela frente...

PS: A mesma Globo News entrevistou o coordenador de conjuntura internacional da PUC-SP, que fez uma calorosa defesa de Fidel Castro, quem ele chamou de herói. A culpa dos problemas cubanos, claro!, é do Tio Sam. Com esse andar da carruagem, ficarei sem estoque de Engov.


Nota do Editor: Rodrigo Constantino é economista formado pela PUC-RJ, com MBA de Finanças no IBMEC, trabalha no mercado financeiro desde 1997, como analista de empresas e depois administrador de portfólio. Autor de dois livros: Prisioneiros da Liberdade, e Estrela Cadente: As Contradições e Trapalhadas do PT, pela editora Soler. Está lançando o terceiro livro sobre as idéias de Ayn Rand, pela Documenta Histórica Editora. Membro fundador do Instituto Millenium. Articulista nos sites Diego Casagrande e Ratio pro Libertas, assim como para os Institutos Millenium e Liberal. Escreve para a Revista Voto-RS também. Possui um blog (rodrigoconstantino.blogspot.com) para a divulgação de seus artigos.

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