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SEÇÃO
Crônicas
23/02/2008 - 17h02
O amigo Fidel
Ruth Barros
 
Contos da Mula Manca

Estou completamente convencida de que o velho e bom Fidel renunciou à presidência da Cuba Libre para poder ver em paz a mini-série Queridos Amigos. Até porque seguramente algum dos personagens deve ter sido exilado em Cuba e participou do curso de guerrilhas a la Zé Dirceu. Ok que o El Comandante não ensinou ao ex-ministro a fazer implante que não fosse por questões de mudança de identidade. Mas deixa a cabeleireira do Zezé pra lá, vamos falar dos ex-combatentes da telinha, não dos da vida real.

Gente, parece com a vida da gente! Que a Maria Adelaide do Amaral é craque todo mundo sabe, e mais uma vez deixou patente – sem trocadilhos, por favor – que está há anos-luz de distância dos colegas novelistas com seus personagens tantãns que só fazem namorar ou das caricaturas de gay edulcorado que inventam. O gay da Adelaidinha, por exemplo (li na Vejinha que os amigos a chamam assim, não sou amiga dela, quem dera, estou só me fazendo de a íntima) é uma bichinha que não se dá ao trabalho de limpar o veneno de escorre da boca, bem mais identificado com boa parte da categoria.

Quem não chorou com as cenas políticas, principalmente as da anistia, com a volta dos presos políticos, não tem coração. Como a Globo não ia deixar de puxar a brasa para a própria sardinha, os LPs com símbolo da Som Livre, as músicas do Clube da Esquina, a voz de Elis, os telefones, os carros, tudo remete a um passado próximo muito caro àqueles que como eu já têm mais de 30 anos. E olha eu aí de novo me flagrando em raro momento de cínica modéstia.

Voltando ao Fidel, acho que se ele não largou realmente o poder depois de 49 anos para assistir a essa coisa tão bacana, deveria. Os atores são ótimos, até a Débora Bloch perdeu aquele ar de Michael Jackson que ganhou depois de ter reformado o rosto com plásticas. Aí já fico na dúvida se com o tempo a recauchutagem vai chegando no lugar, ficando mais natural, ou se a gente esqueceu do nariz antigo e passou também a achar que aquelas bochechas vieram ao mundo com ela. A danada da Adelaidinha é tão sortuda que a estréia dela coincidiu com a saída do comandante, fazendo todo o mundo se voltar de um jeito ou de outro para o tema. E viva a revolução proletária mundial!


Nota do Editor: Maria Ruth de Moraes e Barros, formada em Jornalismo pela UFMG, começou carreira em Paris, em 1983, como correspondente do Estado de Minas, enquanto estudava Literatura Francesa. De volta ao Brasil trabalhou em São Paulo na Folha, no Estado, TV Globo, TV Bandeirantes e Jornal da Tarde. Foi assessora de imprensa do Teatro Municipal e autora da coluna Diário da Perua, publicada pelo Estado de Minas e pela revista Flash, com o pseudônimo de Anabel Serranegra. É autora do livro “Os florais perversos de Madame de Sade” (Editora Rocco).

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