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Crônicas
24/02/2008 - 18h41
Ao luar de Rio do Antônio
Seu Pedro
 

Alguns dos leitores deste espaço conhecem Rio do Antônio, cidade encontrada no Sudoeste da Bahia ainda ligada por estradas de chão? A ligação ao asfalto está no distrito de Ibitira, hoje mais populoso que a sede do município, e são 32 quilômetros de poeira, buracos e sinuosidades, coisa que nenhum prefeito, por melhor que venha a ser, conseguirá resolver, pois demanda recursos que pequenas cidades não têm. Resta esperar da rica União, ou do governo do Estado, que há décadas recebem pedidos de um chão preto, que dê dignidade àquele pedaço de Brasil.

Rio do Antônio conta hoje 15.600 habitantes em todo município e menos de 5.000 na sede. Mas não esperou asfalto para ser conhecida por sua cultura. E já em 1945, portanto há sessenta e três anos, foi palco de um filme hoje reduzido a um curta-metragem: "Queima de Arquivo", estrelado, não menos, por Jessy Jessé, que veio a ser esposa do poeta Vinícius de Morais, e senhora que tive a honra de conhecer e participar de um jantar, por ocasião de uma "Vitrine Cultural", noite de gala da pequena cidade, grande em cultura.

Rio do Antônio, que há pouco mais de uma década passei a conhecer, me deu a honra de apresentar a noite da "III Vitrine Cultural", organizada e supervisionada pelo expoente cultural Adebaldo Silveira "Deba", seu criador. Esta solenidade não acontece anualmente, como a comunidade cultural deseja, em virtude dos grandes custos, pois comparecem centenas de amigos de Rio do Antônio, entre estes Carlos Jeovah, teatrólogo e poeta de Vitória da Conquista, um dos que preservam trabalhos de Glauber Rocha.

De longe comparecem visitantes de outros Estados, a exemplo do grande declamador Sóstenes Freire "Tote de Nanuque", MG, como também Evandro Correia, cantor e compositor, que a este último encontro nos faltou. Mas virá, e tomara que em 2009 tenhamos a "IV Vitrine". Será maravilhoso ver o poeta e sociólogo José Valter Pires, irmão de Moraes Moreira, cantando o mote da educação: "O que será melhor no mundo?"

Para mim, o melhor do mundo é estar no mundo em que vivo: estrada de chão, água de cacimba, carne de sol e rapadura, ouvindo viola e palestras da carioca Ivone Boechat e, quem sabe, de outros ilustres, como o amigo professor Apolinário. E que tragam máquinas e fotografem a beleza do sertão, e de quebra a coleção de bonecas de pano da professora Delia de Castro (convidada), com mais de mil exemplares. E, longe do asfalto que mata pelos carros e assaltantes, se encontra paz na terra em que nasceu Anísio Silva, um dos grandes da década de sessenta, da Música Popular Brasileira, com "Relógio". Digam-me: "Há oh gente ou não, lugar como este no Sertão?"


Nota do Editor: Seu Pedro (Pedro Diedrichs) é escritor e "Jornalista do Sertão", 60 anos, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi / Bahia, cidade onde é voluntário da APAE e presidente do Conselho da Comunidade - CCG.

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